sexta-feira, 29 novembro 2024
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especialistas alertam sobre os riscos da cirurgia

Reprodução: commons

A ceratopigmentação foi desenvolvida, inicialmente, para tratamento dos olhos

A tatuagem nos olhos é o procedimento do momento. Diversas pessoas estão realizando a mudança de cor no órgão aqui no Brasil e no mundo. No entanto, especialistas alertam para o risco e as consequências da operação.

Inicialmente, o procedimento, chamado de ceratopigmentação, foi desenvolvido para tratamento dos olhos para as pessoas que tem cicatrizes na parte frontal transparente do olho, conhecida como córnea, tenham infecção, lesão, ou aniridia, condição em que a íris não se formou adequadamente.

“Muitos pacientes que apresentam cegueira permanente em um olho sofrem com o estigma social que sua aparência pode provocar. A ceratopigmentação é uma técnica indicada para casos em que o paciente cego não se adapta à lente de contato cosmética (lente de contato colorida), ou quando não há indicação de evisceração ou enucleação (retirada do globo ocular) para adaptação de prótese ocular”, diz a cirurgiã oftalmologista Juliana Feijó Santos à Agência Brasil.

“É importante enfatizar que a ceratopigmentação refere-se apenas à coloração corneana, sendo a modificação da coloração escleral (a parte branca do olho) totalmente proscrita (não deve ser realizada)”, destaca Juliana.

Contudo, o procedimento se tornou uma tendência estética popular, divulgado por vários influenciadores no TikTok que mudam a cor de seus olhos – geralmente de marrom para azul ou verde.

“São pessoas que têm olhos saudáveis, não têm problemas oculares e depois vão fazer um procedimento puramente por [razões cosméticas] que pode ter enormes implicações a longo prazo no que diz respeito à saúde ocular e à visão que as afetará para o resto da vida”, disse Alex Day, cirurgião oftalmologista consultor e oftalmologista do hospital oftalmológico privado Moorfields, em Londres, ao The Guardian.

Como é a cirurgia?

A ceratopigmentação envolve que o paciente receba uma anestesia local antes que o cirurgião realize um corte na córnea usando um laser ou agulha. Feito isso, o órgão criará uma pequena bolsa e é nela que os pigmentos, ou seja, a cor, são injetados. 

Em janeiro deste ano, a Academia Americana de Oftalmologia emitiu alertas sobre a ceratopigmentação e outra técnica que altera a cor dos olhos, conhecida como cirurgia de implante de íris. A entidade afirma que os procedimentos apresentam sérios riscos de perda de visão e complicações.

“Os pacientes que contemplam estes procedimentos apenas por razões cosméticas devem pesar estes riscos graves contra o ganho potencial”, afirmou a organização.

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Fonte: iG

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