quinta-feira, 28 novembro 2024
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Você pode ingerir agrotóxicos em alimentos que nem imagina, diz estudo

Da Redação Avance News

Um levantamento do relatório “Tem veneno nesse pacote”, divulgado anualmente pelo Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) aponta para um cenário preocupante. Foram encontrados traços de agrotóxicos em biscoitos maisena, bolinhos industrializados e até mesmo alimentos congelados à base de plantas e grãos, chamados de plant based, e que supostamente são mais saudáveis.

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Alimentos estão entre os mais consumidos pelos brasileiros

  • No total, foram analisados mais de 24 produtos de oito categorias diferentes.
  • Segundo o estudo, metade deles apresentou resíduos de agrotóxicos.
  • O principal agrotóxico encontrado foi o herbicida glifosato, o mais utilizado no mundo.
  • De acordo com a Agência Internacional para a Pesquisa Sobre Câncer (Iarc), da Organização Mundial da Saúde (OMS), o herbicida já foi, inclusive, proibido em diversos países.
  • De acordo com o relatório, foram detectados quatro tipos diferentes de agrotóxicos nos biscoitos maisena das marcas Marilan e Triunfo.
  • Outros alimentos com traços das substâncias foram os macarrões instantâneos da marca Nissin (o famoso miojo), o bolinho Ana Maria sabor chocolate e bebidas lácteas.
  • Especialistas explicam que a farinha de trigo utilizada nos ultraprocessados contém agrotóxicos.
  • O ingrediente também está presente na massa dos empanados e no macarrão instantâneo.
  • Já o amido de milho e o açúcar são alguns dos principais ingredientes do biscoito maisena.
  • No caso dos produtos à base de plantas, como hambúrgueres sabor carne e empanado sabor frango, o congelado da Sadia apresentou dois resquícios de agrotóxicos a mais do que a mesma versão de origem animal.
  • O mesmo ocorreu com o empanado vegetal, em terceiro lugar na lista dos produtos com mais substâncias.
Farinha de trigo utilizada nos ultraprocessados contém agrotóxicos (Imagem: Billion Photos/Shutterstock)

O que dizem os citados

A reportagem com os dados foi publicada pela Folha de São Paulo. Em resposta, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que alimentos industrializados não recebem aplicação direta de agrotóxicos no campo, mas podem conter resíduos decorrentes da matéria-prima utilizada. Nesses casos, são adotados os mesmos valores de limite estabelecidos para alimentos naturais, exceto nos casos de concentração ou desidratação do alimento.

Em nota, a Marilan, responsável pelo biscoito maisena, a Nissin, do miojo, a Selmi, da marca de macarrão Renata e a Bimbo, dos bolinhos Ana Maria, disseram que seguem a conformidade da Anvisa para agrotóxicos.

A Bagley, da marca Triunfo, disse ainda que todas as matérias-primas utilizadas na fabricação do biscoito não possuem “a menor possibilidade” da presença de qualquer resquício de substâncias tóxicas.

A Selmi e a Nissin afirmaram fazer a análise contínua e monitoramento das farinhas utilizadas na produção e que não constataram resultados não previstos em legislação.

Já a Bimbo observou que não há nenhum lote dos bolinhos Ana Maria à venda que apresente riscos à saúde e segurança do consumidor.

A JBS, companhia que controla a Seara, ressaltou que todos os produtos da marca respeitam os parâmetros tanto da Anvisa quanto do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, além de possuir laboratório dedicado à pesquisa de contaminantes.

Por fim, a BRF, detentora da Sadia, destacou que a produção dos alimentos é fiscalizada por órgãos competentes e que os níveis apontados pelo estudo estão abaixo dos padrões previstos em legislação.

Em nota, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) disse que estudos sobre a presença de agrotóxicos em alimentos devem ser sempre baseados em informações completas e precisas, e que o referente estudo apresenta “resultados de resíduos de agrotóxicos sem mencionar que existem limites seguros estabelecidos pela legislação sanitária”, o que pode confundir o consumidor. Segundo a entidade, as “indústrias brasileiras de alimentos trabalham com alto nível de responsabilidade em seus insumos e matérias-primas” e que “atende à legislação brasileira, assim como de 190 países para os quais exporta”.



Fonte: Olhar Digital

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