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sábado, 26 abril 2025
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Acionistas do Carrefour Brasil decidem fechar capital

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Carrefour não fará mais parte da Bolsa de Valores

A assembleia de acionistas do Carrefour Brasil aprovou, nesta sexta-feira (25), o plano de fechamento de capital da empresa no país.

A decisão encerra a negociação das ações do grupo na B3( Bolsa de Valores do Brasil), onde era listado sob o nome Atacadão (código CRFB3). Com isso, o Carrefour Brasil passa a ser uma subsidiária integral da matriz francesa.

A assembleia foi realizada de forma online e começou às 11h30. A proposta recebeu 59% dos votos dos acionistas minoritários, o que garantiu a aprovação da operação. O percentual total de votos favoráveis não foi divulgado pela companhia.

O fechamento de capital significa que as ações do Carrefour Brasil deixarão de ser negociadas na Bolsa, e a empresa passará a ter controle total da matriz francesa.

A operação será feita por meio de uma nova empresa chamada Brachiosaurus 422 Participações, apelidada de “MergerSub”, criada para esse fim e controlada pela Carrefour Nederland BV, com sede na Holanda.

Atualmente, o Carrefour França já possui 67% das ações do Carrefour Brasil. A MergerSub vai incorporar as ações restantes por meio de uma troca, que poderá ocorrer de três formas diferentes, a depender da escolha de cada acionista.

Os acionistas que permanecerem com papéis da empresa têm até 12 de maio para escolher entre três opções:

  • Classe A: receber R$ 8,50 por ação, em dinheiro;
  • Classe B: receber 0,05 ação do Carrefour França (ou o equivalente em BDRs, certificados de ações estrangeiras) mais R$ 4,25 por ação em dinheiro;
  • Classe C: trocar por 0,1 ação do Carrefour França ou BDR, sem pagamento em dinheiro.

A operação tem como objetivo simplificar a estrutura do grupo, unificando as bases acionárias no controle francês.

Segundo a direção da empresa, manter duas companhias com ações negociadas em países diferentes gera custos operacionais, desafios com alavancagem (uso de dívidas para financiar atividades) e limitações regulatórias.

Com o fechamento de capital, a expectativa é que o Carrefour Brasil possa captar recursos no mercado apenas por meio de instrumentos de dívida, como debêntures, sem a necessidade de prestar contas regulares ao público via Bolsa de Valores.

Divergências

Carrefour
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Carrefour

A proposta inicial, feita em fevereiro deste ano, previa o pagamento de R$ 7,70 por ação.

Após resistência de acionistas minoritários, o valor foi reajustado para R$ 8,50, o que representa um acréscimo de 14% em relação ao valor de fechamento das ações em 3 de abril (R$ 7,43). Comparado à média dos 30 dias anteriores à oferta original, o prêmio chega a 46%.

A assembleia estava marcada inicialmente para 7 de abril, mas foi adiada para o dia 25 para que os investidores tivessem mais tempo para avaliar os novos termos da proposta.

Antes da votação, a Península Participações, ligada à família Diniz, vendeu sua fatia de 4,9% na companhia. Além disso, o fundo soberano de Singapura, que possuía 2,4%, se desvinculou da Península para votar separadamente.

Essas movimentações facilitaram a aprovação da proposta, que havia enfrentado resistência de fundos como Ruane Cuniff, Vokin e Tempo Capital.

Apesar de ser líder no varejo alimentar no país — com faturamento de R$ 120,5 bilhões em 2024, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) —, o Carrefour Brasil atravessa um momento de reestruturação.

Em 2024, fechou 214 lojas, a maioria da bandeira Carrefour, e no primeiro trimestre de 2025 teve queda de 6,3% nas vendas dessas unidades.

O grupo no Brasil é composto pelas marcas Carrefour, Atacadão e Sam’s Club. O Atacadão representa entre 70% e 72% das vendas totais do conglomerado no país.

As ações CRFB3 chegaram a subir 0,69% antes da suspensão da negociação, que ocorreu para a divulgação do fato relevante sobre a assembleia.

A conclusão da operação é esperada ainda no primeiro semestre deste ano, com os papéis deixando de existir na B3 e os acionistas passando a negociar apenas ações ou BDRs da matriz francesa.

O que significa fechar o capital de uma empresa

Quando uma empresa tem capital aberto, ela vende ações no mercado para que qualquer pessoa possa se tornar sócia. Isso acontece por meio da Bolsa de Valores.

Ao fechar o capital, a empresa recompra essas ações ou as incorpora de outra forma e sai da Bolsa.

Com isso, ela passa a ter poucos donos e não precisa mais divulgar informações financeiras ao mercado com a mesma frequência ou transparência exigida de empresas listadas.

Um jeito simples de entender isso é pensar numa pizzaria. Imagine que o dono da pizzaria decide vender pedaços dela para vários amigos — cada um vira dono de uma fatia e pode dar opinião, cobrar resultados e vender sua parte para outros. Isso é o capital aberto.

Agora, imagine que o dono quer ter a pizzaria só para ele de novo. Então, ele compra de volta todas as fatias dos amigos.

Ninguém mais pode vender ou comprar parte dela. Isso é o fechamento de capital. A empresa deixa de ter sócios espalhados e volta a ser controlada por poucos donos.



Fonte: iG

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