Os policiais agiram após a denúncia de uma assistente social do Cais, que relatou que a idosa havia sido deixada na unidade de saúde por uma pessoa não identificada já em estado bastante debilitado. A idosa foi identificada pela polícia, que descobriu dois possíveis filhos, e a partir daí o suspeito foi localizado.
“Tivemos o empenho da equipe em chegar ao Cais do Jardim América, visualizar a situação da idosa, e junto com a Superintendência de Identificação Humana nós conseguimos qualificá-la e descobrir quem eram os filhos dela, e nesse sentido, descobrimos qual era o endereço”, explica o delegado Alexandre Bruno de Barros, responsável pelo caso.
De acordo com a Polícia Civil, durante a abordagem em seu apartamento no Setor Oeste, em Goiânia, o advogado alegou aos policiais que cuidava da mãe da melhor forma possível. Ele disse ainda que, devido à piora do seu estado de saúde, a havia deixado no Cais do Jardim América dois dias antes, e que iria visitá-la depois.
O advogado foi conduzido à Delegacia Especializada em Apoio ao Idoso (DEAI), onde foi preso, acompanhado por dois advogados do Conselho de Ética e Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Goiás (OAB-GO). Esta é a segunda vez que o advogado é preso por estes crimes, informou a polícia.
A polícia também identificou que a idosa teve grande parte de sua pensão comprometida devido a empréstimos feitos pelo advogado. “Mais de 60% dos proventos dela estão comprometidos com empréstimos que beneficiam ele e não a idosa”, disse o delegado.
Em nota, a OAB-GO afirmou que, apesar de a prisão não ter relação com o exercício da advocacia, apura todas as infrações que chegam ao seu conhecimento, visando garantir o amplo direito de defesa e o contraditório. No texto, a instituição reforçou que esse acompanhamento visa resguardar as prerrogativas profissionais e fiscalizar o cumprimento dos preceitos éticos da advocacia. Por fim, informa que não comenta eventuais prisões ou condenações de seus inscritos.
De acordo com a Polícia Civil, o outro filho da idosa mora em São Paulo. Ao ser noticiado do incidente, comprometeu-se a viajar para Goiânia, arcar com os custos do tratamento da mãe e solicita a curatela da mãe.
Curatela é a responsabilidade jurídica de cuidar dos interesses de uma pessoa que esteja incapacitada.
