Da Redação Avance News
Café, derivados de mandioca, mel e muitos outros produtos da agricultura familiar da Bahia podem ser comprados diretamente dos produtores por consumidores de qualquer região do país e do mundo. E como é feita a entrega? Pelos Correios.
A iniciativa, que parte do acordo de cooperação técnica com os ministérios das Comunicações (MCom) e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) vai se estender para todo o país em breve, garante o presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos.
Segundo ele, o projeto, batizado de “Correios Agro”, visa auxiliar no escoamento dos bens produzidos pela agricultura familiar do país, sendo que a implementação em território baiano, em operação há cerca de seis meses, serviu como teste para a adoção nacional.
Santos contextualiza como deve ser feita a operação. “O ideal é que o produtor procure via cooperativa, por meio das entidades que centralizam a produção desses agricultores, assim conseguimos fazer uma tabela especial para as pessoas que postam os seus produtos. […] desta forma, conseguimos canalizar toda a nossa rede de logística para atender melhor esse público.”
O presidente conta que é a cooperativa que vai avaliar se o produto atende às normas sanitárias. “O produtor terá, inclusive, um cartão em que ele acessa os serviços dos Correios com desconto. Posso garantir que as pessoas vão ter um preço mais acessível e que, com isso, a gente vai conseguir realmente dinamizar esse setor que é tão importante para a economia brasileira e que, para nós, também é muito importante os Correios esteja em um projeto tão importante para o país como é a agricultura”, destaca.
Abrangência de serviços
O presidente dos Correios destaca que ainda existem restrições na lei postal que não permite que a estatal possa atuar, como na entrega de plantas vivas, mas já há uma nova regulamentação em curso, via decreto, que possibilitará atender a esse segmento.
“Mas hoje já podemos transportar sementes, por exemplo. Acredito que estamos conseguindo dinamizar os Correios para que deixe de ser uma empresa que entrega apenas mensagens, boletos, cartões de crédito, cartas e encomendas para também atuar como uma empresa de logística para esses segmentos tão importantes da sociedade brasileira.”
Santos também ressalta que, já na cooperativa, o produtor poderá avaliar se o custo de operação de entrega de seu produto via Correios é viável ou não. “Haverá uma tabela diferenciada e uma classificação específica [para os produtos da agricultura familiar].”
Experiência no Rio Grande do Sul
A campanha de solidariedade às vítimas das enchentes de maio de 2024 do Rio Grande do Sul serviu como experiência aos Correios, visto que a estatal precisou utilizar toda a sua rede logística para transportar diversos tipos de alimento à população gaúcha atingida. “Os Correios é uma empresa que tem expertise, que está presente em todos os municípios do país é a única que tem essa capilaridade para atender todos os interesses da agricultura”, considera Santos.
A respeito de como a empresa buscará os produtos dos agricultores para enviar aos destinatários, o presidente dos Correios disse que, além do recolhimento nas cooperativas, também há estudos sobre a possibilidade de coleta de grandes volumes diretamente da propriedade.
O compromisso entre os Correios e os ministérios da Comunicação e do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) prevê, além do desenvolvimento de soluções logísticas para facilitar a comercialização da produção rural, a viabilização do transporte eficiente para aumentar a competitividade do setor e a ampliação da conectividade digital nas zonas rurais.