Da Redação Avance News
O Ministério da Agricultura está negociando com a Fazenda cerca de R$ 500 bilhões para o Plano Safra 2024/25. Apesar dos números ainda não estarem aprovados pelo governo federal, a expectativa é que a cifra seja maior do que no ano passado, quando R$ 364,22 bilhões foram ofertados.
Os recursos foram debatidos durante o tradicional encontro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), que aconteceu nesta terça-feira (4), em Brasília.
O assunto rendeu debates fervorosos entre os deputados da bancada do agro e representantes da União.
“Precisamos de um Plano Safra robusto, principalmente no que tange a equalização de juros. Hoje a conta levantada por nossas entidades é de R$ 21 bilhões para isso, que é efetivamente o dinheiro que o governo gasta […]. Além disso, precisamos de ao menos R$ 3 bilhões de seguro e de auxílio à comercialização. São temas importantes que estamos preocupados […]”, diz o presidente da FPA, Pedro Lupion.
Segundo ele, é preciso que o novo Plano seja proporcional à crise que o setor enfrentou no começo e no final do ano passado, ao problema no Rio Grande do Sul e aos desafios do dia a dia da produção agrícola.
“Lembrando que ainda existe a possibilidade que haja um desconto no valor do Plano Safra sobre os recursos do auxílio para a seca do começo do ano, mas ainda não vimos ser aplicado esse dinheiro, então não teria o porque disso e também a preocupação daquela definição de cortes do Proagro, que, provavelmente, vão migrar para o PSR, ou seja, o seguro rural vai precisar de mais recurso”.
Pedido de aumento
O diretor executivo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, também participou do encontro. Ele destacou que os números previamente anunciados ainda não satisfazem o desejado pela instituição.
“Nossa proposta foi de R$ 570 bilhões, visto as dificuldades de se conseguir crédito no mercado privado, principalmente para o pequeno e médio. Esse aumento de 31% [ante ao último Plano Safra] é o que esperamos que aconteça. Sabemos da dificuldade de orçamento, por isso fizemos várias sugestões para alterar a exigibilidade, principalmente da LCA, saindo dos 50% para os 80% de direcionamento para o setor e otimizar a questão dos recursos, reduzindo venda casada, custos cartoriais, fazendo com que o recurso realmente chegue na mão do produtor”.
Já o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, não quis confirmar os números previamente anunciados pelo ministro Fávaro. Ele amenizou os questionamentos, apontando que os valores devem atender as necessidades do setor e que as demandas serão encaminhadas para equipe econômica do governo.