Da Redação Avance News
O Produto Interno Bruto (PIB) do agro brasileiro cresceu 0,27% no segundo trimestre de 2023, na comparação com o trimestre anterior.
Com isso, o acumulado no primeiro semestre de 2023 chegou a 0,50%. As informações são Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
O crescimento foi sustentado pela safra recorde no campo, que, por sua vez, se reflete em maior movimentação de agrosserviços no país.
Por outro lado, o desempenho do indicador foi prejudicado pelo movimento de preços desfavorável ao setor.
Entre os segmentos do setor, quando se compara os dois primeiros trimestres de 2023, o PIB registrou crescimento, embora em graus variados, para o segmento primário (1,12%), para as agroindústrias (0,38%) e para os agrosserviços (0,92%), enquanto houve uma significativa queda para os insumos (-7,88%).
O desempenho dos insumos (agrícolas e pecuários) foi impactado pela queda do valor bruto da produção de indústrias do segmento, pressionado sobretudo pelas desvalorizações de preços dos fertilizantes, defensivos e rações ao longo do segundo trimestre do ano.
Pela perspectiva dos ramos do agronegócio, os cenários foram de pequeno crescimento para o agrícola (0,17%) e para o pecuário (0,56%) no segundo trimestre de 2023.
No ramo agrícola, o PIB cresceu para o primário (2,26%), cresceu pouco para a agroindústria (0,23%) e para os agrosserviços (0,54%), e recuou significativamente para os insumos (-9,96%); no ramo pecuário, o PIB avançou para a agroindústria (1,04%) e para os agrosserviços (2,00%), e recuou para os insumos (-1,70%) e para o primário (-0,86%).
Já em termos acumulados, considerando os desempenhos nos dois primeiros trimestres do ano, foi observado pequeno crescimento para o ramo agrícola (0,84%) e queda para o pecuário (-0,40%).
No acumulado do ano, o segmento primário apresentou o melhor desempenho do PIB, com alta de 2,57%.
No caso do segmento primário agrícola, a elevação de 4,76% do PIB refletiu sobretudo as excelentes perspectivas para a safra 2023, assim como excelentes resultados já consolidados, como no caso da safra da soja.
A expansão não foi maior devido à queda dos preços médios reais de importantes produtos agrícolas, com destaques negativos para algodão, café, milho, soja e tomate.
Já no primário pecuário, a queda de 1,19% do PIB decorreu do menor valor da produção esperado para o ano, mesmo em um cenário de alívio dos custos com insumos.
O PIB do agronegócio brasileiro pode alcançar R$ 2,63 trilhões em 2023, sendo 1,91 trilhão no ramo agrícola e 715,3 bilhões no ramo pecuário (a preços do segundo trimestre de 2023).