Da Redação Avance News
O sonho de entrar na universidade ficou mais distante para três estudantes cuiabanos que foram desclassificados, segundo eles injustamente, do Fiscalização Vernáculo do Ensino Médio (Enem) na última terça-feira (16).
“A gente só soube muito depois, no dia 16 [de janeiro]. A gente tinha a percepção de que éramos os três últimos na sala
A justificativa apresentada no site do Instituto Vernáculo de Pesquisa Anísio Teixeira (Inep) para a eliminação foi a falta de entrega do cartão-resposta, documento utilizado para a correção das provas. Os estudantes contestam a alegado e garantem ter entregue.
Marcela dos Santos Bertazzo, de 17 anos, diz ter seguido os protocolos formais durante a avaliação e afirma não compreender sua desclassificação.
“A gente só soube muito depois, no dia 16 [de janeiro]. A gente tinha a percepção de que éramos os três últimos na sala. Os três últimos do primeiro dia. A gente assinou a ata tudo normalmente e não sabíamos que tínhamos sido eliminados no primeiro ou no segundo dia”, afirma Marcela.
A estudante realizou a prova na Escola Estadual Leovegildo de Mello, na mesma sala que Maria Vitória Tertuliano Rodrigues e Marco Antônio Rodrigues, ambos de 18. Os três foram desclassificados sob a mesma justificativa.
Porém, eles afirmam que só souberam da eliminação exclusivamente no dia do lançamento das notas, que ocorreu nacionalmente na última terça-feira (16), quando receberam uma mensagem do Inep.
“Eliminado por recusar-se a entregar ao aplicador o Cartão-Resposta, a Folha de Redação e/ou a Folha de Rascunho em seguida decorridas 5 horas e 30 minutos de prova no primeiro dia, e 5 horas de provas no segundo dia”, afirma a mensagem enviada pelo instituto.
“A gente tentou vincular na escola e a escola afirmou não ter eliminado ninguém”, afirma Maria Vitória.
“Muitas outras pessoas vieram nos contatar e isso cá não foi um caso só, aconteceu em outras cidades também”, acrescentou Maria.
Eles especulam sobre o que pode ter motivado a desclassificação equivocada. “Logo que a gente chegou, trocamos de sala porque a sala não tinha quesito de nos receber. Quando saímos, saímos juntos e assinamos a ata nos 15 minutos finais. […] Nós suspeitamos que a desclassificação aconteceu no momento que trocamos de sala”, disse Marco Antônio.
Os estudantes logo passaram a vulgarizar o caso nas redes sociais com o objetivo de encontrar outras pessoas que passaram por situações similares.
Por meio de uma publicação na rede social X, idoso Twitter, e um vídeo no Instagram, eles perceberam que o problema foi diagnosticado em outros estados.
“Com o vídeo, a gente viu que o buraco era muito mais embaixo, porque achamos pessoas no Brasil todo que afirmam terem sido desclassificadas pela mesma justificativa”, disse Marcela.
No meu caso, a injusta criminação é de que saí com o caderno de provas antes dos 30 minutos finais para fechamento da prova
Só na lista informal montada por eles, constam 15 nomes de estudantes de ao menos cinco estados e do Província Federalista. Entre os nomes está a candidata Josi Brandão, de 41 anos, que mora em Brasília e tenta fazer Medicina.
“No meu caso, a injusta criminação é de que saí com o caderno de provas antes dos 30 minutos finais para fechamento da prova. Todavia, no dia saí no final, quando já é permitido transpor com o caderno de prova. Outrossim, no dia 12 ainda assinei a ata de fechamento da prova”, afirma Josi.
Indignada com a situação, ela já realizou denúncias na ouvidoria do Inep e pretende estender a queixa ao Ministério Público Federalista e na plataforma de ouvidoria Fala BR.
O que diz o Inep
Em nota, o Inep afirma seguir o protocolo padrão de emprego e que exclusivamente monitora o trabalho de emprego realizado pela empresa, sem fins lucrativos, Cebraspe.
“O Instituto Vernáculo de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) segue o protocolo de monitoramento da divulgação das notas do Fiscalização Vernáculo do Ensino Médio (Enem). A autonomia monitora o trabalho executado pelo Cebraspe, instituição aplicadora contratada para a operacionalização do Fiscalização, e garante a disponibilização dos resultados de todos os participantes que realizaram as provas e não descumpriram as regras previstas no edital”, afirma o Instituto Vernáculo.
Ao MidiaNews, o Cebraspe afirma não possuir autorização para responder demandas referentes ao Enem.