Da Redação Avance News
Três vezes por semana, um caminhão do Criadouro Conservacionista Onça Pintada, em Campina Grande do Sul, ai buscar frutas, legumes e verduras doadas pela Central de Abastecimento do Paraná (Ceasa-PR), em Curitiba.
Por meio de uma parceria com o Instituto Água e Terra (IAT) e a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), alimentos fora do padrão de comercialização são reaproveitados para alimentar 4 mil animais de 206 espécies resgatadas.
Desde o início do programa em setembro de 2023, 29 toneladas mensais de alimentos são destinadas ao criadouro, reduzindo os custos de alimentação e contribuindo para a conservação de espécies.
Redução do desperdício e apoio à fauna
O programa Banco de Alimentos Comida Boa, criado em 2020, busca zerar o desperdício de alimentos não comercializados nas Ceasas do estado. Atualmente, 440 toneladas mensais de hortaliças são distribuídas para instituições assistenciais e, mais recentemente, para o cuidado de animais silvestres.
No Criadouro Onça Pintada, 60% da alimentação dos animais é proveniente das doações. “Tudo é aproveitado, inclusive os alimentos mais danificados, que são consumidos por espécies como porcos selvagens e catetos”, conta Carlos Eduardo Conte, biólogo do criadouro.
Expansão para novas instituições
O programa deve ser ampliado para outras entidades vinculadas ao IAT, como os Centros de Apoio à Fauna Silvestre (Cafs) e o Centro de Triagem e Atendimento de Animais Silvestres (Cetas).
Além disso, a Ceasa-PR pretende levar a iniciativa para suas unidades em Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu e Cascavel, aumentando o impacto positivo.
“Com a consolidação deste projeto em Curitiba, queremos replicar a experiência nas outras unidades do estado, diminuindo ainda mais o desperdício de alimentos”, afirmou Eder Bublitz, diretor-presidente da Ceasa-PR.
Impacto social e reconhecimento internacional
O Banco de Alimentos também distribui alimentos para mais de 330 instituições que atendem idosos, hospitais, abrigos e famílias em situação de vulnerabilidade. A iniciativa foi apresentada na ONU como exemplo de programa governamental e recebeu o Stevie Awards em 2024, um dos maiores prêmios internacionais de contribuições sociais.
O projeto também promove a ressocialização de pessoas privadas de liberdade, que trabalham no processamento dos alimentos e participam de capacitações. Em 2025, o programa contará com uma nova cozinha industrial para ampliar ainda mais o alcance das ações.