O governo do Rio Grande do Sul
informou, na noite da última segunda-feira (20), que foi registrada a primeira morte
por leptospirose
após o início das enchentes. Motivo de preocupação das autoridades sanitárias, a doença infecciosa é causada pela bactéria leptospira, presente na urina de roedores e comumente adquirida pelo contato com água ou solo contaminados.
Prevenção
A Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE)
afirma que uma das principais orientações para evitar a disseminação de doenças infectocontagiosas nesse período de enchentes está relacionada a ações preventivas de desinfecção da água para consumo humano.
De acordo com a Associação, nos locais em que a rede de abastecimento estiver comprometida, é indispensável que a população consuma água de fontes seguras (garrafas e galões lacrados). Na impossibilidade de consumir água mineral, é necessário realizar o procedimento de desinfecção caseira da água. Para isso, é possível aplicar a seguinte fórmula: a cada um litro de água, utilizar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, deixando a mistura repousar por 30 minutos.
Para quem for fazer a limpeza de casas e comércios, a orientação é usar equipamentos de proteção adequados e evitar ficar com mãos e pés molhados por muito tempo. “Enquanto a lama está molhada, ela é propícia a manter a bactéria viva e contaminar as pessoas. Então, as pessoas que terão esse contato devem usar botas, luvas ou sacos plásticos e evitar manter pés e mãos molhados, para não fazer uma porta de entrada para a bactéria”, diz Juliana Demarchi, coordenadora da Vigilância Epidemiológica do município de Lajeado (RS).
Confira outras orientações importantes da ABRAMEDE:
– Fique atento a sintomas de doenças infecciosas (como diarreia, febre, fadiga e dores no corpo). Caso verifique alguma alteração, procure atendimento médico;
– Ao enfrentar uma inundação, se possível, proteja-se com botas plásticas, roupas resistentes e luvas. Se necessário, não hesite em pedir ajuda aos órgãos públicos e não se coloque em situações de risco;
– Os atendimentos em emergência serão mais intensos nesta fase, procure os serviços com consciência;
– Caso sua caderneta de vacinação esteja desatualizada, vacine-se o mais rápido possível. Essa orientação vale para crianças e adultos.
Sintomas
Os médicos infectologistas informam que os principais sintomas da leptospirose são: febre, dor de cabeça, urina escura e dores no corpo, sobretudo nas panturrilhas e na região lombar. Eles costumam surgir alguns dias após o contato com a água ou lama contaminada. A doença tem cura, e o diagnóstico e tratamento podem ser feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Tratamento
O Ministério da Saúde
informou que os casos suspeitos de leptospirose devem iniciar o tratamento contra a doença imediatamente, sem a necessidade de confirmação laboratorial.
A recomendação da pasta é que pacientes que apresentem febre e dores, sobretudo na região lombar e na panturrilha, que tiveram contato com água ou lama da inundação por um período de até 30 dias antes do início dos sintomas, recebam tratamento com quimioprofilaxia.
A quimioprofilaxia, por definição, é o uso de substâncias ou meios químicos para impedir o desenvolvimento de uma doença ou infecção. O uso do tratamento para a leptospirose, segundo a pasta, não é recomendado como medida de prevenção em saúde pública.
Já a possibilidade de uso da quimioprofilaxia para pessoas que atuam nas operações de resgate no Rio Grande do Sul, de acordo com a nota, pode ser considerada em razão da exposição constante e do risco de infecção.
“Neste caso, o método poderá ser adotado conforme decisão e fluxos definidos na gestão do nível local, a depender da disponibilidade de medicamentos.”
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