Depois de atrair o partido PP e o Republicanos ao governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve focar as atenções no MDB e cobrar mais empenho da sigla nas votações no Congresso Nacional.
A legenda faz parte da base governista, mas a avaliação de integrantes do Palácio do Planalto é a de que o MDB tem entregado pouco se comparado ao espaço que ocupa no primeiro escalão, com três ministérios.
Vídeo: PP e Republicanos aceitam desenho dos ministérios
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O partido comanda três robustas pastas: Transportes, Cidades e Planejamento. Juntas, contam com o orçamento de aproximadamente R$ 3 bilhões, além da influência em outras áreas. No entanto, essa parceria não tem refletido em números na Câmara dos Deputados.
Na primeira votação do novo marco fiscal, por exemplo, dos 42 deputados da legenda, 32 foram favoráveis à proposta. O que representa 76% de apoio ao texto do governo.
Desempenho baixo, se comparado a outros aliados de primeira hora. No PSD, que também está contemplado com três ministérios, dos 42 parlamentares, 40 votaram a favor do texto. Ou seja: 95%.
Os dados revelam que até mesmo os partidos que estão chegando agora ao governo têm oferecido mais votos.
Dos 49 parlamentares do PP, 39 votaram a favor do marco fiscal, o equivalente a 80% da bancada. Entre o Republicanos, dos 42 deputados, 34 apoiaram o projeto, o que corresponde a 81%.
A votação da medida provisória que reestruturou a Esplanada dos Ministérios é outro exemplo. O governo sofreu derrotas, como o esvaziamento do ministério do Meio Ambiente. O relator da matéria foi um deputado do MDB, Isnaldo Bulhões Junior (AL). Oficialmente, a liderança do partido não comenta o assunto.
Entretanto, parlamentares da legenda ouvidos pela CNN afirmam que o percentual de adesão a projetos do governo está dentro da normalidade. E que poderia ser melhor, caso a bancada da Câmara dos Deputados fosse chamada para participar das escolhas do primeiro escalão.
Hoje, segundo deputados do MDB, dos três ministérios ocupados pelo partido, dois (Transportes e Cidades) são indicações de senadores da sigla e um (Planejamento) seria parte da cota pessoal do presidente.
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