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Após arcabouço, BC diz que nova alta de juros ficou 'menos provável'

Raphael Ribeiro/BCB – 24/09/2020

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, discursando

O  Banco Central (BC)
divulgou nesta terça-feira (9) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decidiu pela manutenção dos juros em 13,75%, mesmo em meio à pressão de integrantes do governo. No documento, o BC pede “paciência” quanto à redução dos juros e diz que uma nova elevação ficou “menos provável”. 

Esta foi a sexta manutenção consecutiva da taxa básica de juros, a Selic, que está no maior patamar desde 2016, tornando o Brasil o país com o maior juro real do mundo. 

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Na ata, o BC diz que está “vigilante” ao processo inflacionário e diz que uma eventual alteração nas metas de inflação faria com que os preços voltassem a subir.

“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê avalia que a conjuntura demanda paciência e serenidade na condução da política monetária. O Copom enfatiza que, apesar de ser um cenário menos provável, não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, diz a ata.

Apesar de ressaltar que não há “relação mecânica” entre o arcabouço fiscal e a queda dos juros, o BC pontuou que a aprovação pode levar a uma melhora das expectativas.

“O Copom novamente enfatizou que não há relação mecânica entre a convergência de inflação e a aprovação do arcabouço fiscal, uma vez que a trajetória de inflação segue condicional à reação das expectativas de inflação e das condições financeiras”, diz a ata.

” A materialização de um cenário com um arcabouço fiscal sólido e crível pode levar a um processo desinflacionário mais benigno através de seu efeito no canal de expectativas, ao reduzir as expectativas de inflação, a incerteza na economia, o prêmio de risco associado aos ativos domésticos e, consequentemente, as projeções do Comitê.”

O BC projeta que a inflação vai voltar a subir no segundo semestre do ano, com a volta integral dos impostos federais sobre itens de consumo, como a gasolina e o etanol.

“No segundo semestre de 2023, como os efeitos das medidas tributárias que reduziram o nível de preços no terceiro trimestre de 2022 não estão mais incluídos na inflação acumulada em doze meses e ainda se terá a inclusão dos efeitos das medidas tributárias deste ano, se observará elevação do mesmo indicador. O Copom, portanto, enfatiza que tal comportamento não reflete a dinâmica inflacionária subjacente e nem altera a visão sobre as perspectivas futuras”.



Fonte: iG

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