Nesta quinta-feira (28), o dólar fechou em alta, renovando o maior valor nominal da história, em R$ 5,9891. A moeda bateu, ao longo do pregão, R$ 6 pela primeira vez na história, chegando a R$ 6,0029 na máxima do dia. A alta ocorreu após o governo anunciar na véspera um ajuste fiscal de 70 bilhões de reais até 2026.
Por volta das 13h15, o dólar era cotado a 6,0004 reais, segundo o jornal Valor Econômico. Já de acordo com o site do Banco Central, às 15h00, a cotação estava em 5,99. Às 16h09, a alta era de 1,17%, com o dólar cotado a R$ 5,983.
Desde que o real entrou em circulação, em 1994, a moeda americana nunca havia atingido esse valor, de acordo com a série estatística do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O anúncio do ajuste de gastos públicos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca acalmar as preocupações do mercado sobre a saúde fiscal da economia brasileira.
Essas medidas reforçam “um absoluto compromisso do governo do presidente Lula com o equilíbrio fiscal” para “entregar para o país um sistema tributário moderno, justo, progressivo”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em pronunciamento em rede nacional nesta quarta-feira.
Entre as ações, o governo planeja ajustar o aumento real do salário mínimo e rever tetos salariais e benefícios de servidores públicos, além de aposentadorias militares.
O objetivo é garantir o cumprimento da regra fiscal , que limita o crescimento dos gastos até 2026, quando termina o mandato de Lula.
As preocupações dos investidores sobre a capacidade do Brasil de cumprir seus compromissos fiscais pesaram sobre a economia ao longo do ano, apesar de bons resultados em indicadores como emprego, consumo e produção industrial.
De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB brasileiro deve crescer 3% em 2024, acima da média de 2,1% projetada para a América Latina e o Caribe.
Paralelamente ao pacote de cortes , o governo anunciou uma redução de impostos para cidadãos de renda média, buscando amenizar o impacto social do ajuste.
Para financiar essa medida, aumentará os impostos sobre os chamados super-ricos. “Quem ganha mais deve contribuir mais”, destacou Haddad.