sexta-feira, 29 novembro 2024
spot_imgspot_img
HomeAgronegóciosAudiência pública discute proibição de pulverização aérea de defensivos agrícolas

Audiência pública discute proibição de pulverização aérea de defensivos agrícolas

Da Redação Avance News

Uma audiência pública, realizada nesta terça-feira (5), na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), discutiu a proposta de projeto de lei 24938/2023 do deputado Hilton Coelho (PSol), que quer a proibição da pulverização aérea de defensivos agrícolas na Bahia.

A sessão que durou cerca de 4 horas contou com a presença de representantes de instituições do agronegócio e da agricultura familiar do estado, representantes de pilotos da aviação agrícola, professores de universidades federais e autoridades do estado.

O debate trouxe opiniões favoráveis e contrárias ao projeto que teve em pauta os defensivos agrícolas como protagonistas nas discussões, assim como os impactos para agricultura, meio ambiente, saúde e economia. Essa é uma das fases preliminares até que o projeto seja levado às comissões, até ser votado.

Para a promotora de justiça regional ambiental, Dra Luciana Cury, a pulverização aérea têm uma preocupação maior do que a terrestre: “O grau de alcance da dispersão é muito maior do que quando você têm uma aplicação que é específica e pontual”, disse.

Assim como entidades ligadas a proteção ambiental, a deputada Neusa Cadore (PT), enfatizou problemas de saúde, que segundo ela, são causados por defensivos agrícolas utilizados na agricultura.

Apicultor e representante Associação Regional de Convivência Apropriada ao Semiárido (Arcas), José dos Santos Neto, citou a pulverização aéreas como responsável pela mortandade de abelhas e prejuízos econômicos a apicultores. “É triste ouvir do apicultor que tem no seu dia a dia a produção de mel como a sua única fonte de renda, e nesse momento ter suas colmeias praticamente todas exterminadas”, pontuou.

Foto: Reprodução/ TV ALBA

A Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (Abaf), disse em nota que as recomendações de aplicação dos produtos são claras e o uso é permitido somente com a autorização de um engenheiro agrônomo, que prescreve a receita agronômica. Esses cuidados são necessários e devem ser seguidos com rigor, desde o preparo até a aplicação, para que assim os produtos não representem riscos ao trabalhador que o aplica, à população em geral e ao meio ambiente.

Rodrigo Kaufmann, consultor jurídico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é buscar como base informações oficiais, como relatórios de instituições oficiais nacionais e que o agronegócio têm como base a ciência e pesquisas.

Vice-presidente administrativo-financeiro da Federação da Agricultura da Bahia (FAEB), Guilherme Moura também destacou a ciência como premissa para tomada de decisão e questionou as defesas adotadas por opiniões contrárias: “As vezes a gente embarca em narrativas e a consequência é pra toda sociedade. Estamos falando de comida, de alimento, sem falar dos impactos econômicos. É preciso sabedoria para tratar ações com base na ciência, com dados oficiais porque é um tema que move com a emoção das pessoas”, disse.

Proibição

No Ceará, o projeto de lei nº 16.820/2019 proposto pelo deputado estadual Renato Roseno (PSol), foi aprovado. 

Em maio deste ano, a lei estadual que havia sido questionada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) foi parar no Supremo Tribunal Federal, no entanto, de acordo com a Agência Brasil, a corte, por unanimidade, entendeu que, apesar da proibição da pulverização aérea, outras formas de aplicação de defensivos agrícolas não foram proibidas.

A pulverização aérea também segue em discussão em outros estados brasileiros.


Quer participar do Canal Rural Bahia? Tem alguma ideia, inovação agrícola ou sugestão de pauta? Clique aqui e envie para o nosso WhatsApp!



Fonte: Canal Rural

VEJA TAMBÉM

COMENTE

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img
spot_img

POPULAR

COMENTÁRIOS