Da Redação Avance News
As lideranças do ICAR têm como objetivo estabelecer uma colaboração estratégica em torno de pelo menos três projetos de Pesquisa e Desenvolvimento de grande envergadura.
Um dos projetos diz respeito à construção da Agricultura de Baixo Carbono no Brasil, com destaque para a bem-sucedida experiência do sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O objetivo é replicar essa abordagem na Índia, especificamente em pequenas propriedades agrícolas, uma vez que a média das áreas rurais no país asiático é de apenas 1 hectare.
Outro projeto visa o desenvolvimento de sistemas de produção de milheto para consumo humano. Atualmente, o Brasil utiliza predominantemente o milheto como ração animal, porém há uma perspectiva de que o país possa suprir a demanda da Índia por esse cereal, voltado ao consumo humano.
Por fim, destaca-se o projeto de desenvolvimento da agricultura digital para beneficiar as famílias agricultoras. Uma das propostas em discussão é a organização de um workshop online para aprofundar as temáticas relacionadas.
Em sua visita a Paris, Alexandre Amaral aceitou um convite da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para discutir a participação da Embrapa em estudos sobre “Pensamento Sistêmico, Antecipação e Resiliência”. Esses estudos estão sendo desenvolvidos em parceria com o IIASA (Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados), com sede em Viena, Áustria. O objetivo é promover análises sistêmicas que subsidiem políticas públicas para o avanço do desenvolvimento sustentável.
A OCDE busca criar cenários futuros que possam orientar as políticas públicas no enfrentamento de diversos riscos, tais como a insegurança alimentar, as mudanças climáticas, a violência urbana e até mesmo os conflitos territoriais, como guerras.
Alexandre Amaral ressaltou que muitas dessas situações podem ser mitigadas por meio da adoção de práticas agrícolas sustentáveis, as quais devem ser consideradas como um importante ativo em qualquer política pública voltada para a segurança e o bem-estar da população. Essa visão foi endossada por Jens Lundsgaard, diretor adjunto da OCDE para Ciência, Tecnologia e Inovação, que reconheceu a importância dessa abordagem nos estudos realizados pela organização.