quinta-feira, 21 novembro 2024
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Bancos centrais se reposicionam diante da alta do dólar

MARVIN RECINOS

Vendedor de legumes conta notas de dólar em um atacado gerenciado pelo governo para beneficiar pequenos e médios compradores em Quezaltepeque, El Salvador, em 9 de julho de 2024

Marvin RECINOS

O dólar retomou seu avanço implacável, nesta quarta-feira (20), e vários bancos centrais têm modificado sua política monetária diante desta evolução.

Por volta das 19H25 GMT (16h25 de Brasília), o Dollar Index, que compara a moeda americana a uma cesta de seis divisas, operava em alta de 0,44%.

“Tivemos um pequeno enfraquecimento na segunda-feira e parece que os operadores aproveitam para fazer compras” da divisa americana, resumiu Matthew Weller, da Forex.com.

“O dólar ganhou força desde o começo de outubro, portanto o que observamos não passa de uma tendência que retoma (a alta)”, acrescentou o analista.

“A orientação (do mercado) é para um dólar mais forte”, estimaram em nota os analistas da Brown Brothers Harriman.

A hipótese central dos operadores aponta para uma redução das taxas de juros nos Estados Unidos menor que o previsto anteriormente este ano.

A governadora do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Michelle Bowman, argumentou, nesta quarta, em um discurso na Flórida, que os “progressos” no combate à inflação marcaram o passo nos últimos meses, mas afirmou que vê mais riscos para a estabilidade dos preços do que para o mercado de trabalho.

A resiliência da economia americana, a persistência da inflação e a perspectiva de um novo mandato de Donald Trump, que poderia impulsionar um aumento dos preços, jogam a favor de um dólar forte.

Para Matthew Weller, o vigor do dólar é um dado “que os outros bancos centrais devem considerar”, pois tem um efeito sobre suas economias.

Nesta quarta, o banco central da Indonésia manteve inalterada em 6% sua principal taxa de juros pelo segundo mês consecutivo. Para sustentar esta decisão, mencionou os “acontecimentos políticos nos Estados Unidos”, que trazem o risco de que o crescimento mundial ceda e que a inflação “retome” força, segundo o organismo.

“A pressão à baixa sobre várias moedas cresce”, assinalou o Banco da Indonésia. “Um endurecimento da política (monetária) é necessário para os países emergentes, incluindo a Indonésia, resistirem ao efeito negativo”, acrescentou.

Na terça-feira, o Banco Central do Paraguai e seu similar da Hungria mantiveram suas taxas de juros. Desde a eleição de Donald Trump, em 5 de novembro, Romênia e Uruguai também o fizeram.

No começo do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou a Selic, sua taxa básica de juros, em meio ponto percentual, a 11,25%.

Em meio a incertezas sobre a inflação, o Copom decidiu de forma unânime elevar a Selic pela segunda vez consecutiva no ciclo de ajuste iniciado em setembro.



Fonte: iG

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