Da Redação Avance News
O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná localizou o corpo da 9ª e última vítima da explosão da C.Vale, em Palotina, no oeste do estado.
O corpo de Wicken Celestin, de 55 anos, foi encontrado no início da tarde desta segunda-feira (31), após 6 dias de buscas.
Segundo o Corpo de Bombeiros, Wicken estava no interior de um túnel do silo 3. As equipes trabalham neste momento para retirar o corpo do local.
Devido às condições do local, as equipes trabalham com muito cuidado para a retirada do corpo.
Não há previsão para o término da ação.
Uma maca modelo SKED está sendo enviada a Palotina. O equipamento é destinado ao resgate e salvamento de vítimas em ambientes de difícil acesso e espaços confinados.
As equipes da Polícia Científica também já foram notificadas e acionadas para acompanhar a ação.
Além de Celestin, a explosão matou oito pessoas, um era funcionário da C.Vale e os outros eram terceirizados do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias (Sintomage), que prestavam serviços para a companhia.
Dos 9 mortos, 8 eram haitianos.
Explosão da C.Vale danifica imóveis
A explosão registrada na cooperativa C.Vale, em Palotina, no oeste do Paraná, danificou 200 imóveis.
A informação é da prefeitura de Palotina.
“Todos os imóveis apresentaram pequenos danos, sem gravidade que exija uma grande mobilização. […] A C.Vale está empenhada em ressarcir os prejuízos e prestar assistência às vítimas”, afirmou o secretário de administração do município, Lucas Pedron.
Entre os danos, foram atingidas portas, vidraças e telhados por destroços ou pela vibração causada pelas múltiplas explosões ocorridas na quarta-feira (26). Oito trabalhadores perderam suas vidas, sendo sete haitianos e um brasileiro.
Na tarde de quarta-feira (26), ocorreram explosões sequenciais em um silo de armazenagem de grãos da cooperativa.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Trabalho.
Em entrevista ao G1, o delegado de Polícia Civil Rodrigo Batista afirmou que a investigação está analisando as condições de trabalho dos funcionários.
O gerente responsável pela segurança e medicina do trabalho afirmou, de acordo com o delegado, que todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e treinamentos para os funcionários estavam em dia.
“O gerente de segurança e medicina do trabalho da C.Vale foi um dos primeiros a chegar no local, […] ele nos informou que todos os EPIs e treinamentos estavam em conformidade. Já temos uma linha de investigação, especialmente em relação à qualificação e treinamento desses funcionários. Reconhecemos que é um trabalho com riscos, portanto, as normas devem ser rigorosamente seguidas”, afirmou Batista.
Segundo o delegado, todas as documentações requeridas foram fornecidas pela empresa, incluindo o alvará dos bombeiros, que pareciam estar em ordem. A investigação agora busca esclarecer se houve falha mecânica e determinar a responsabilidade por todos os danos.
Mais de 30 pessoas serão ouvidas nos próximos dias, de acordo com Batista, incluindo vítimas feridas, familiares e representantes da empresa C.Vale.
O Ministério Público do Trabalho de Cascavel (MPT) também instaurou um inquérito civil para averiguar possíveis responsabilidades.
Conforme o órgão, a investigação buscará descobrir se houve irregularidades por parte da empresa no momento do incidente.
“O MPT conduzirá uma investigação sobre aspectos relacionados à situação regular dos trabalhadores afetados pela explosão no silo”, diz a nota.