O procurador José Antônio Borges anunciou a sua candidatura para assumir novamente a procuradoria-geral de Justiça (PGJ) a partir do biênio 2025/2026. A sua decisão consolida de vez o seu rompimento com o atual chefe do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), Deosdete Cruz Júnior.
O anúncio ocorreu por meio de uma nota pública encaminhada nesta terça-feira (24) aos promotores e procuradores de Justiça do MP Mato-grossense. Informo que, nesta data, estou colocando meu nome à apreciação dos demais colegas do Ministério Público do Estado de Mato Grosso para concorrer ao cargo de Procurador-Geral de Justiça, na eleição interna que será realizada em dezembro deste ano, diz trecho do documento.
Antônio Borges ainda diz que ele ficaria honrado em ser escolhido novamente pelos pares, para que seu nome fosse submetido ao governador Mauro Mendes (União). Ele também afirma que não pronunciará publicamente sobre sua decisão, mas que irá apresentar suas propostas de gestão aos colegas do Ministério Público.
A decisão cai como uma bomba dentro do MP mato-grossense, e atinge em cheio o grupo de Deosdete, que já lançou o promotor de Justiça, Rodrigo Fonseca, que atualmente é o assessor de assuntos parlamentares do chefe do MP.
A reportagem apurou que a entrada de José Antônio Borges ocorreu após um grupo de promotores e procuradores, já que nenhuma mulher se colocou à disposição de disputar, após a negativa do Conselho Superior do MP ter negado a proposta de política de equidade de gênero dentro da instituição mato-grossense.
Diante dessa ausência, Antônio foi chamado para ser o candidato da oposição, curiosamente contra o candidato de Deosdete, que é o seu sucessor. O aceite ao desafio também ocorreu porque Deosdete Cruz Júnior se aliou à ala que dominou o Ministério Público por mais de 20 anos, sob o comando dos procuradores de Justiça Paulo Prado e Marcelo Ferra.
Antônio Borges foi quem conseguiu quebrar a hegemonia em 2018, quando foi eleito e reeleito em 2020. Diante dessa aliança, já que Ferra e Prado declararam apoio a Rodrigo Fonseca, o ex-chefe de MP decidiu lançar seu nome.
O próximo procurador-geral de Justiça (PGJ) administrará um orçamento de cerca de R$ 800 milhões em 2025 para o Ministério Público.