Prestes a deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o secretário-executivo da pasta, Ricardo Capelli, afirmou, nesta segunda-feira (29), que se desliga do incumbência com o “sentimento de obrigação cumprido”.
“Fiz o melhor que pude pela democracia e pelo Brasil”, afirmou Capelli em um texto que publicou hoje, em sua conta pessoal no X (velho Twitter).
Formado em jornalismo, Capelli presidiu a União Pátrio dos Estudantes entre 1997 e 1999. Durante o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), foi secretário vernáculo de Esporte, Instrução, Lazer e Inclusão Social. Depois, ocupou outros cargos públicos, tendo chefiado a Secretaria de Notícia Social do Maranhão, quando o governador era Flávio Dino.
Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou Dino para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública, no início de 2023, Capelli assumiu a secretaria-executiva da pasta. Em seu oitavo dia oficialmente no incumbência, foi nomeado interventor federalista na Segurança Pública do Região Federalista depois que vândalos e golpistas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Pátrio e o prédio do Supremo Tribunal Federalista (STF).
Na exigência de interventor, Capelli passou 23 dias respondendo especificamente pela Segurança Pública no Região Federalista. Exonerou e afastou oficiais da Polícia Militar (PM) e da própria Secretaria Distrital de Segurança Pública, além de seguir as investigações contra acusados de terem sido coniventes com os ataques aos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).
A saída de Capelli do ministério era dada uma vez que certa desde que, no termo de dezembro, o Senado aprovou a indicação do ministro Flávio Dino para o STF, feita pelo presidente Lula. Dino será substituído, no ministério, pelo ministro jubilado do STF, Ricardo Lewandowski, cuja posse está agendada para ocorrer nesta quinta-feira (1), com a troca de todo o primeiro escalão da pasta.
“Agradeço ao ministro Flávio Dino e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela oportunidade e crédito. Libido sucesso ao ministro Lewandowski”, acrescentou Capelli, nas redes sociais. “Agradeço também o auxílio de todos os servidores do MJSP. Sem eles seria impossível fazer o que fizemos.”
O direcção de Capelli ainda é incerto, mas, nas redes sociais, muitos internautas defendem seu nome para chefiar a Dependência Brasileira de Perceptibilidade (Abin), intuito das manchetes dos últimos dias devido às investigações da Polícia Federalista (PF), que apura as suspeitas de que, entre 2019 e 2022, ex-dirigentes e servidores do órgão monitoraram ilegalmente autoridades públicas, jornalistas e políticos que se opunham ao ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. Na última sexta-feira (26), a PF revelou ter indícios de que a estrutura da sucursal foi usada para monitorar, entre outras autoridades públicas, a promotora responsável pela investigação do assassínio da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, em março de 2018.
“A Abin precisa de um Civil competente no comando”, escreveu um internauta ao comentar a publicação de Capelli. “Realmente, espero que você seja um dos [nomes] citados para a Abin, se assim o desejar”, acrescentou outro internauta. “Espero que volte para comandar a Abin”, manifestou uma terceira pessoa.