Da Redação Avance News
Perspectivas de produção recorde, com quedas nos preços domésticos e para exportação. Em teoria, este é um bom contexto para as usinas de etanol de milho, que compram sua matéria-prima.
O analista Francisco Queiroz, do Itaú BBA, parece concordar com essa visão. No relatório “Visão Agro”, ele traz que a expectativa do banco é de aumento na produção de etanol de milho na safra 2023/24. “O cenário tende a soprar favoravelmente às usinas de etanol de milho, com a expectativa de cotações em patamares mais baixos para o cereal em 2024, beneficiando as margens das usinas”, considera. Ele ainda observa que, nas últimas cinco safras, a produção de etanol de milho no Brasil aumentou 450%, de 790 milhões de litros em 2018/19 para 4,39 bilhões de litros em 2022/23. “Neste período, o processamento de milho pelo setor passou de 1,5 milhão de toneladas para 10,1 milhões de toneladas”, completa.
Entretanto, Queiroz afirma que as perspectivas são “menos otimistas” para os subprodutos. Segundo ele, o DDG (sigla em inglês para grão seco de destilaria) pode ser influenciado negativamente pela queda das cotações do farelo de soja. “Apesar do cenário benéfico para a produção global, qualquer sinal de problema de safra em algum importante país produtor de milho (ou trigo, pois os mercados possuem certa correlação) pode servir de gatilho para a elevação das cotações”, ressalva.