O Centro Municipal de Atendimento Especializado e Apoio à Inclusão (CMAEAPI) João Ribeiro Filho recebeu, na última terça-feira (04), jogos de Tecnologia Assistiva desenvolvidos por alunos do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Esses jogos foram criados para auxiliar no desenvolvimento escolar dos estudantes da Educação Especial, incluindo aqueles com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação.
De acordo com a coordenadora do Centro Municipal, professora Benedita Loadir Pereira, “os jogos produzidos pelos alunos participantes do Programa de Educação Tutorial (PET) Engenharia Elétrica estabelecem a possibilidade de usar a engenharia para a criação de equipamentos pedagógicos de acessibilidade, ajudando no desenvolvimento cognitivo e motor dos estudantes da Educação Especial da rede municipal de Várzea Grande.”
“O desenvolvimento dos jogos didáticos e de tecnologia assistiva visa diversificar as ferramentas de ensino já presentes no Centro Municipal de Atendimento Especializado e Apoio à Inclusão e auxiliar os estudantes quanto à participação nas atividades pedagógicas e aprendizagem significativa”, afirmou a professora.
Para atingir esses objetivos, foram elaborados três jogos eletrônicos. O primeiro é o Labirinto Elétrico: este jogo ajuda a desenvolver e ampliar as habilidades de atenção, concentração e coordenação motora fina; o segundo é o Questionário Eletrônico: um instrumento de perguntas e respostas onde os professores podem criar cartões para trabalhar diversos conteúdos didáticos. Já o terceiro é o Alfabeto Digital que possui três modos de operação. No primeiro modo, ao pressionar um botão, uma lâmpada LED se acende e o jogo pronuncia a letra do alfabeto correspondente. No segundo modo, o jogo narra uma palavra e a criança deve digitá-la no teclado. Ao final, o botão de confirmação indica se a resposta está correta. No terceiro modo, o professor pode pedir ao aluno para escrever uma palavra do banco de dados, e o jogo pronuncia a palavra digitada. Em todos os modos, o jogo narra as teclas selecionadas, auxiliando estudantes com baixa visão.
Este projeto de pesquisa e extensão é uma parceria entre o grupo PET Engenharia Elétrica da UFMT, o programa de Pós-graduação em Educação da UFMT e o Fablab AU do departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFMT. A construção dos jogos teve apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) por meio do projeto 407062/2021-1 e do recurso de custeio do grupo PET Engenharia Elétrica.
O objetivo do projeto é transformar materiais didáticos em jogos eletrônicos para melhorar o desempenho dos alunos. Além dos benefícios para os estudantes da Educação Especial, o projeto também agregou valor à formação dos acadêmicos da UFMT. “Foi nítida a satisfação deles no desenvolvimento deste trabalho, afinal, elaborar os jogos não foi um processo simples, eles tiveram que praticar engenharia elétrica, o que enriqueceu suas vidas profissionais”, relatou o professor e tutor do grupo PET Engenharia Elétrica, Dr. Fabricio Parra Santilio.
A professora Maria das Graças Pereira Feltrin, especialista em Atendimento Educacional Especializado (AEE), destacou que “todos os jogos foram equipados com baterias recarregáveis recicladas de notebooks (baterias viciadas) doadas ao projeto. Assim, o PET Engenharia Elétrica promove a campanha de doação de baterias viciadas, que não mantêm mais os notebooks ligados. As baterias são desmontadas, testadas e selecionadas para serem utilizadas em diversos projetos de ensino, pesquisa e extensão”.