Da Redação Avance News
Uma mudança no controle da Stellantis, dona de Fiat, Jeep e outras marcas, parecia apenas uma questão de tempo. E esta previsão acabou se tornando realidade. O CEO da empresa, Carlos Tavares, renunciou ao cargo.
O anúncio ocorre em um momento bastante delicado da montadora. Nos últimos meses, houve uma queda significativa nas vendas de veículos, excesso de carros não comercializados em lotes de concessionárias, demissões em várias fábricas e desavenças com o conselho da companhia.
Definição do novo CEO deve ficar para o ano que vem
- De acordo com a Stellantis, o processo de nomeação do novo diretor executivo permanente está bem encaminhado e está sendo gerido por um Comitê Especial da Diretoria.
- A previsão é que este trabalho seja concluído no primeiro semestre de 2025.
- Até lá, um novo Comitê Executivo Interino, presidido por John Elkann, será estabelecido.
- Este comando provisório da empresa terá grandes desafios pela frente.
- Um deles é retomar a confiança do mercado, aumentando as vendas e a previsão de lucros da empresa para os próximos anos.
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Stellantis vive crise profunda
Carlos Tavares, de 66 anos, é um empresário português que foi peça-chave no acordo que uniu a montadora francesa PSA Group, fabricante da Peugeot, e a montadora euro-americana Fiat-Chrysler, na recém-nomeada Stellantis. Ele tinha sido presidente do PSA Group antes desse acordo, que foi fechado em janeiro de 2021.
No início deste ano, foi anunciado que o então CEO se aposentaria no início de 2026, quando acabaria seu contrato. No entanto, a saída dele acabou sendo antecipada em função do clima nada bom dentro da própria empresa.
O português é criticado por uma série de medidas adotadas nos últimos anos. A Jeep e outras marcas da Stellantis vendidas nos Estados Unidos, por exemplo, aumentaram os preços mais do que outras montadoras nos últimos anos. Além disso, esperaram mais tempo para oferecer descontos quando a demanda desacelerou.
As altas taxas de juros tornaram esses preços ainda mais proibitivos para os consumidores. O resultado foi uma queda na demanda. A participação de mercado das marcas da empresa no país de 10,4% para 8,6% em junho deste ano.
Ao mesmo tempo, a empresa alertou que seriam necessários “ajustes de capacidade”, reduzindo o número de carros enviados às concessionárias. Kevin Farrish, presidente do Conselho Nacional de Revendedores da Stellantis, se disse muito incomodado com a situação. Ele acusou a empresa de tomar decisões que favoreceram os lucros dos próprios executivos, e que teria ajudado Tavares a receber um aumento salarial de 50% no ano passado.
