Donald Trump (E) e Xi Jinping (D)
Nesta quarta-feira (9), o Ministério das Finanças da China anunciou que vai impor tarifas adicionais de 84% sobre os produtos importados dos Estados Unidos . A medida passa a valer nesta quinta (10).
O novo tributo representa uma alta de 50% sobre os 34% anunciados pelo governo chinês na sexta passada. Os percentuais acompanham as taxas impostas pelos EUA.
O anúncio ocorre no mesmo dia em que entra em vigor uma tarifa extra de 50% dos EUA sobre Pequim. Ela se soma aos 34% do tarifaço anunciado na semana passada e aos 20% que já eram cobrados desde março, totalizando 104%.
Guerra comercial
A troca de tarifas entre as duas grandes potências mundiais se intensificou na última semana, quando foi anunciado o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na quarta-feira (2), ele detalhou sua ofensiva protecionista com uma tabela de tarifas entre 10% e 50%, que serão cobradas sobre mais de 180 países – entre eles o Brasil.
A medida fez as bolsas globais despencarem. A bolsa de Tóquio, por exemplo, registrou baixa de mais de 3%, e os principais mercados da Europa seguem em queda nesta quarta (9). Nos EUA, as principais gigantes da tecnologia (Apple, Microsoft, Nvidia, Amazon, Alphabet, Meta e Tesla) viram seu valor de mercado encolher em US$ 4,55 trilhões.
A China foi o primeiro país a retaliar a taxação de Trump. O país asiático prometeu “lutar até o fim” e acusa os Estados Unidos de praticarem unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica.
Um porta-voz do Ministério das Relações Internacionais da China afirmou que o país está disposto a negociar, mas “se os EUA realmente quiserem resolver o problema por meio do diálogo e da negociação, devem adotar uma postura de igualdade, respeito e benefício mútuo”.
“Os Estados Unidos continuam abusando das tarifas para pressionar a China. A China se opõe firmemente a isso e jamais aceitará esse tipo de intimidação”, completou.
Brasil: Lula promete “resposta dura” às tarifas de Trump
O Brasil está entre os países cuja taxação foi a mais branda, de apenas 10%. No entanto, o presidente Lula (PT) disse que haverá uma “resposta dura” à ofensiva do republicano.
“Responderemos a qualquer tentativa de imposição de um protecionismo que não cabe mais hoje no mundo”, declarou durante um evento em Brasília na quarta-feira (2).
No mesmo dia, o Congresso brasileiro aprovou a Lei da Reciprocidade Econômica, que permite ao Brasil taxar de volta os Estados Unidos. A proposta, que agora segue para a sanção do presidente, estabelece os critérios para essa retaliação tarifária dentro do comércio internacional.