sábado, 1 fevereiro 2025
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Cigarro eletrônico aumenta risco de cárie e altera os dentes

Da Redação Avance News

Pesquisadores da USP criaram máquina de teste que simula trago e inalação de vapes em dentes humanos

Processo de desmineralização favorece cáries com vape (Imagem: Narongrit Doungmanee/iStock)

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O uso de cigarros eletrônicos pode aumentar o risco de cáries e alterar a superfície dos dentes, segundo estudo feito pela Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (Forp) da USP. A pesquisa foi publicada no periódico científico Archives of Oral Biology.

Os chamados vapes são dispositivos eletrônicos recarregáveis com refis usados para inalar líquido vaporizado com nicotina (incluindo sais de nicotina e nicotina sintética). No Brasil, a comercialização, importação e propaganda são proibidas pela Anvisa desde 2009.

A pesquisa da USP buscou contribuir com outros estudos sobre os impactos do cigarro eletrônico após a popularização do dispositivo. Até então, os estudos mais robustos se restringiam aos problemas cardiovasculares e respiratórios.

Comercialização do vape é proibida no Brasil desde 2009 (Imagem: Kunlathida Petchuen/iStock)

“A literatura científica aponta a ausência de um consenso definitivo sobre os riscos de longo prazo que o uso de cigarros eletrônicos pode causar na saúde oral”, explica o professor Manoel Damião de Sousa-Neto, que coordenou a pesquisa.

Leia mais:

Como foi feita a pesquisa sobre cigarro eletrônico?

  • O Departamento de Odontologia Restauradora da Forp criou máquina de teste de cigarro eletrônico que simula trago e inalação do vapor de vapes em dentes humanos, segundo o Jornal da USP;
  • Para avaliar o efeito nos dentes, foram usados molares humanos obtidos do Biobanco de Dentes Humanos da Forp;
  • Os dados foram analisados após inalação por três segundos, com intervalos de um minuto entre cada trago, em rotina de quatro horas diárias ao longo de 30 dias consecutivos;
  • No total, foram 104 horas de experimento, com inalação de 2.600 mg de nicotina. Isso equivale a 86 maços de cigarro, segundo os pesquisadores. As principais descobertas foram as seguintes:
    • Houve redução da “microdureza do esmalte, da dentina e da dentina radicular”: na prática, isso torna os dentes mais vulneráveis;
    • O aquecimento do líquido dos vapes cria ambiente mais propício ao desenvolvimento de cáries devido a processo de desmineralização.

“Em resumo, o estudo destacou que o vapor do cigarro eletrônico pode aumentar o risco de cáries, além de comprometer a integridade dos tecidos dentários”, afirmou a professora Aline Gabriel, que também orientou o estudo.

Máquina simula dinâmica de inalação com vape (Imagem: Reprodução/Jornal da USP)


Bruna Barone

Colaboração para o Olhar Digital

Jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.


Fonte: Olhar Digital

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