A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação das Empresas Europeias (BusinessEurope) divulgaram uma nota conjunta nesta segunda-feira (12) defendendo o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
A manifestação ocorre no dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebe, em Brasília, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O acordo entre os dois blocos, que ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos de todos os países envolvidos, será o principal ponto das discussões entre os líderes.
As entidades empresariais, as mais importantes em suas áreas de atuação, dizem que os compromissos comerciais acertados entre os blocos em 2019, depois de mais de 20 anos de negociações, são fundamentais para a recuperação das relações comerciais entre os dois blocos.
A CNI e a BusinessEurope afirmam que os compromissos acertados em 2019 são “equilibrados” e “permitem que ambas as partes promovam os fluxos bilaterais de comércio e investimentos, diversifiquem suas cadeias de suprimentos, sustentem empregos bem remunerados em ambas as partes, ao mesmo tempo em que efetivamente protegem o meio ambiente e atendem aos mais altos padrões de desenvolvimento sustentável”.
Apesar das décadas de discussão, o acordo ainda tem pelo menos dois pontos controversos.
Os europeus querem mais garantias do Mercosul (especialmente do Brasil) de que a área ambiental seja respeitada e que produtos originários de locais desmatados não sejam negociados com a União Europeia.
O Brasil, por seu lado, resiste à ideia de abrir para a participação externa no setor de compras governamentais.
O próprio presidente Lula afirmou no início do mês que o acordo não será firmado caso os europeus rejeitem as condições do Brasil.
A CNI acredita que o acordo poderia ajudar muito a indústria brasileira. No comunicado conjunto, a entidade afirmou que “a CNI e a BusinessEurope convidam ambos os lados a se comprometerem com os esforços necessários para celebrarem o tão esperado acordo entre a UE e o Mercosul –uma entrega crucial para alavancar nossas relações bilaterais a um novo patamar”.
