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domingo, 1 junho 2025
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Colocando fogo no parquinho

Ricardo Belino e Tu EvangelistaArquivo pessoal

Confesso que nem mesmo eu, otimista patológico que sou, esperava que uma sessão one-to-one com um mentorado, que eu ainda mal conhecia, terminaria com um berro daqueles de quebrar vidros, em frente ao pergolado de minha Casa del Mar, em Barcelona, na Espanha. Eu achei que a vista para o Mediterrâneo tinha gerado algum tipo de sensação inusitada nele, mas, na verdade, aquela vista apoteótica foi apenas o cenário para uma explosão instantânea de mindset, o que explica o fato de eu quase precisar segurá-lo para que ele não pulasse no mar para nadar com os golfinhos.

Eu realmente sempre espero que meus processos de mentoria sejam surpreendentes e impactantes. Mas o que aconteceu ali, com meu mentorado Tu Evangelista, hoje meu amigo pessoal e parceiro de negócios, foi algo fora da curva. Primeiro, porque o começo do nosso papo seguiu a boa e velha cartilha dos malucos. Um projeto meio sem pé nem cabeça, que não tinha base nenhuma, não tinha histórico, não tinha começo, meio e, muito menos, fim, e estava mais pra sonho lunático do que pra negócios rentáveis.

Acreditem ou não, ele me disse que queria criar um Parque de Diversões Interativo, onde o público não ficasse só sentado em carrinhos que correm rápido nos trilhos, ou girando de ponta-cabeça, ou assistindo a shows pra bater palma no final. O que ele queria era um parque de diversões onde o público fosse protagonista, onde o entretenimento fosse ativo, onde os visitantes pudessem interagir com as atrações, aprender e se divertir com isso. Eu não sabia se eu estava com a reencarnação do Walt Disney na minha frente ou se era só mais uma conversa de um maluco que não passou na fila da lógica racional na hora de encarnar.

Mas, como eu aprendi na minha Escola da Vida que não podemos duvidar de nada, fiz aquilo que eu faço de melhor. Botei lenha nessa fogueira e trouxe pra ele uma perspectiva à qual ele nunca tinha imaginado. E foi isso que fez ele explodir a testosterona, porque imagino que nem ele achava que alguém fosse apoiar uma causa que, para a maioria das pessoas, parecia impossível.

Obviamente, não foi em um encontro de uma hora que a coisa toda aconteceu. Tu e eu estivemos juntos em outras experiências que contribuíram demais para o amadurecimento da ideia. Passamos juntos pelas montanhas de Bellino, um vilarejo de 150 pessoas no extremo norte da Itália, que leva meu nome e que eu assumi como sede principal para meus projetos da Escola da Vida. Vivemos a vida monástica, comendo, meditando e vivendo toda a rotina com os monges no Mosteiro Zen Morro da Vargem, no Espírito Santo, onde realizo os eventos do meu programa chamado Zenpreendedorismo. Além de muitas outras aventuras que, baseado nesse pequeno contexto, vocês já devem imaginar o nível. E toda essa convivência que tivemos, com seguidas experiências de negócios, às vezes fracassados, às vezes bem-sucedidos, foram amadurecendo o empreendedor Tu, que, silenciosamente, orquestrava todo o plano na sua cabeça. Obviamente, ele é uma pessoa com um QI acima da média, que tem uma visão holística e uma capacidade muito interessante de liderar pessoas e projetos, mas o que mais surpreende é a capacidade criativa que ele tem para transformar jogos em treinamentos. Meu amigo Tu gamifica tudo que vê pela frente. Acho que a cabeça dele deve parecer um playground mesmo.

O negócio dele sempre foi usar jogos e aquelas dinâmicas de grupos para treinar equipes de empresas, o tal do Team Building, que ele aplica pelo negócio que ele próprio criou há 15 anos, chamado Ludo. E nisso ele é espetacular! Mas, daí, pensar em gamificar um parque de diversões para divertir e treinar pessoas já parecia um pouco utópico. Porém, meus queridos e queridas, a minha Escola da Vida existe para quebrar o paradigma do impossível! E tenho aqui mais uma prova real de que o impossível é apenas um ponto de vista daqueles que preferem assumir a derrota antes de correr o risco de tentar.

Fazendo da história que é longa mais curta, o Tu não só realizou esse sonho que começou a ser sonhado em Barcelona, em 2016, como virou uma espécie de “unicórnio”, daqueles que faz coisas que quase ninguém faz. Junto ao Hopi Hari, o País Mais Divertido do Mundo, que, inclusive, tem feito uma gestão muito séria e comprometida do ponto de vista do negócio, eles criaram uma atividade imersiva e experiencial chamada “Kolapse”, que utiliza toda a estrutura do parque, a história do parque, os personagens do parque e as tradições do parque para acontecer, e tem como objetivo treinar equipes de empresas, se apropriando da ludicidade que o Hopi Hari tem no imaginário coletivo, para transmitir uma mensagem poderosa de trabalho em grupo, inovação e propósito. Ao invés de tentar te convencer que esse storytelling tem sido um sucesso, vou te falar apenas algumas das centenas de empresas que já foram impactadas por esse projeto: DHL, Nívea, Volkswagen, Hyundai, Itaú, Tenda, entre outros tantos players gigantes do mercado, com feedbacks extremamente positivos, o que legitima o impacto que esse sonho de malucos tem gerado nas pessoas, nas empresas e no mercado nacional como um todo. Vale ressaltar a ousadia do Hopi Hari em apoiar essa iniciativa e apostar que algo disruptivo realmente estava para nascer e se consolidar como uma das maiores inovações dos últimos tempos no que diz respeito a treinamentos corporativos.

Finalizo dizendo a vocês que leram essa pequena história que aqui não estamos falando somente sobre negócios, resiliência e empreendedorismo. Essa é só a parte didática e mandatória para que qualquer negócio tenha chance de alcançar o sucesso. Na minha Escola da Vida, sempre que encontro um mentorado com ideias disruptivas, sei que isso nasceu de uma crença no impossível, e só por esse motivo eu já simpatizo com o papo. Como eles me viram realizar aquilo que a maioria das pessoas acreditava que era impossível, eles sabem que eu conheço os caminhos. Então, eu dou a eles a oportunidade de tirar de mim aquilo que eles procuram e não encontram em lugar nenhum, nem mesmo em suas redes mais próximas de apoio (que, muitas vezes, são seus maiores detratores).

Toda vez que alguém olhar para o Bellino e disser que quer uma enxada para capinar o mundo, eu vou dar a eles uma enxada. Porque enxadas eu tenho aqui, aos montes, esperando gente que queira carregá-las, assim como fez o Tu Evangelista. Aliás, se você que está lendo quiser uma, fala comigo 😉



Fonte: iG

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