Um dos médicos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o cardiologista Roberto Kalil Filho afirmou ao R7 neste sábado (25) que o chefe do Executivo deve ficar ao menos uma semana em tratamento. “O presidente está bem, está se recuperando, e deve manter o tratamento por aproximadamente uma semana”, comentou.
“Seria uma viagem de 30 horas, longa e cansativa. Ele não é um paciente qualquer, precisamos ter esse cuidado”, completou Kalil sobre a viagem do chefe do Executivo à China. Lula foi diagnosticado com “broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A” e está em tratamento com uso de antibióticos desde a noite de quinta (23).
Apesar de apresentar o quadro de saúde estável, segundo Kalil, a equipe médica preferiu recomendar repouso ao presidente. A orientação fez com que a viagem de Lula à China fosse cancelada. A equipe do Palácio do Planalto afirmou que “o adiamento já foi comunicado para as autoridades chinesas com a reiteração do desejo de marcar a visita em nova data.”
Lula tem 77 anos e passou por uma bateria de exames em Brasília em fevereiro. Em novembro do ano passado, chegou a ser internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para realizar um procedimento de laringoscopia e retirada de uma leucoplasia na prega vocal esquerda, que é uma alteração na mucosa da garganta.
O presidente teve um câncer na laringe, em 2011, e encerrou o tratamento contra a doença em fevereiro de 2012.
Adiamento da viagem à China
Inicialmente, Lula embarcaria rumo a Xangai neste sábado (25). No entanto, após o diagnóstico da doença respiratória na quinta-feira (23), a viagem ao país asiático foi adiada para o domingo (26). Neste sábado, a equipe descartou o embarque.
Lula chegou a ter agenda prevista para a sexta cancelada. Mas mesmo com a recomendação de repouso, decidiu se reunir à tarde com ministros e líderes do governo no Alvorada. Isso reforçou a expectativa de que o presidente viajaria à China, já que a missão é considerada estratégica para o governo do petista.
O presidente deveria tratar sobre invasão russa à Ucrânia, saúde, meio ambiente, indústria e a reforma de fóruns multilaterais, como o Conselho de Segurança da ONU. Além de outros assuntos como as relações comerciais, com foco nos setores industrial, agronegócio, transição energética e segurança alimentar.
Uma comitiva com ministros, parlamentares, governadores e empresários estava pronta para embarcar para o país asiático.
Com Lula ausente, outras autoridades também decidiram cancelar as agendas. O primeiro a declinar foi o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Além dele, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), também não irão mais à China.