terça-feira, 26 novembro 2024
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Comissão de Anistia aprova pedido de perdão a imigrantes japoneses por perseguição durante 2ª Guerra

A Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos aprovou, em decisão unânime nesta quinta-feira (25), um pedido de reparação coletiva a imigrantes japoneses que, segundo a comunidade nipônica, foram perseguidos e torturados durante os governos de Getúlio Vargas e Eurico Gaspar Dutra.

O pedido foi feito por Mario Jun Okuhara e Associação Okinawa Kenjin do Brasil em nome da coletividade de imigrantes japoneses e de seus descendentes.

Em 2021, durante o governo Bolsonaro, a Comissão de Anistia indeferiu o pedido da comunidade japonesa, que recorreu. Agora, a nova composição da Comissão julgou o caso, novamente.

Japoneses detidos

A relatora do processo foi Vanda Davi Fernandes de Oliveira. Segundo a comissão atual ” há farta documentação comprobatória da perseguição política sofrida pela comunidade de imigrantes japoneses e de seus descendentes perpetrada pelo Estado.”

Durante o voto, a relatora lembrou que o requerente do processo relatou, em nome da Comunidade Japonesa no Brasil sobre a perseguição política sofrida por 172 imigrantes japoneses detidos no Instituto Correcional Ilha Anchieta entre os anos de 1946 e 1948.

Ana Maria Tamashiro, lembrou do episódio que ficou conhecido como evacuação de Santos.

“O sonho do imigrante japonês, morador da cidade de Santos, tornou-se pesadelo quando em 8 de julho de 1943 todos os japoneses residentes na região litorânea de Santos tiveram que deixar as suas casas em 24 horas. Foram momentos de muita angústia, medo e insegurança que só quem vivenciou pode descrever os horrores sentidos nessas 24 horas. Foram momentos de muita angústia, segundo os relatos, os soldados chegavam nas casas pedindo que se retirassem em 24 horas, mas na realidade, para a grande maioria, foi apenas algumas horas, pois era marcada o horário que teriam que estar na estação de trem”.

Apoio à Alemanha nazista

Durante o Governo Vargas, o Brasil declarou apoio à Alemanha Nazista e manteve locais de confinamento e reclusão. Um destes campos ficava na cidade Tomé-Açu, no Amazonas. Em 2011, a Assembleia Legislativa do estado fez um pedido oficial de desculpas aos imigrantes pelos abusos cometidos durante o período.
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