sexta-feira, 21 março 2025
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Comissão do Congresso aprova o Orçamento de 2025

Reprodução

Texto será analisado ainda hoje pelo plenário

A CMO ( Comissão Mista de Orçamento) aprovou, nesta quinta-feira (20), o projeto da LOA( Lei Orçamentária Anual) de 2025, marcando o fim de um longo impasse que atrasou a tramitação da peça orçamentária da União por quase três meses.

O texto, relatado pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA), segue agora para votação no Plenário do Congresso Nacional, em sessão conjunta de deputados e senadores, prevista para ocorrer hoje.

A aprovação na CMO, que reúne parlamentares das duas Casas, é um passo importante para que o governo federal saia do regime provisório de execução orçamentária, no qual opera desde janeiro, limitado a 1/12 dos recursos previstos por mês.

O Orçamento de 2025, que estima receitas e despesas em R$ 5,866 trilhões, deveria ter sido votado em dezembro de 2024, conforme determina a Constituição.

No entanto, disputas políticas e negociações sobre emendas parlamentares, somadas à aprovação tardia da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e do pacote de ajuste fiscal do governo Lula, empurraram a análise para este ano.

O atraso gerou críticas de setores do Executivo, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), que chegou a lamentar a demora em fevereiro, mas também enfrentou reações do Legislativo, que apontou “inabilidade política” do governo como fator do entrave.

A proposta aprovada na CMO prevê uma meta fiscal de déficit zero, com margem de tolerância de 0,25% do PIB, o que equivale a cerca de R$ 31 bilhões para mais ou para menos.

O texto incorpora ajustes pedidos pelo governo, como o remanejamento de recursos para programas sociais, incluindo R$ 3 bilhões ao Auxílio Gás. No entanto, houve corte R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família.

Detalhes do orçamento

Pleánário da Câmara dos Deputados
Waldemir Barreto / Agencia Senado

Pleánário da Câmara dos Deputados

O relatório do senador Angelo Coronel mantém a meta do governo de equilibrar as contas públicas em 2025, sem apresentar déficit fiscal.

Além disso, há uma expectativa de aumento na arrecadação tributária, o que pode resultar em um superávit de R$ 15 bilhões, valor superior à estimativa inicial do governo, que previa um saldo positivo de R$ 3,7 bilhões.

Esse cálculo não inclui despesas com precatórios, seguindo entendimento do Supremo Tribunal Federal.

Em relação às emendas parlamentares, o documento destina aproximadamente R$ 50 bilhões para essa finalidade, permitindo que deputados e senadores direcionem recursos para suas bases eleitorais.

Desse total, R$ 24,7 bilhões são voltados para emendas individuais, R$ 14,3 bilhões para emendas de bancadas estaduais e R$ 11,5 bilhões para emendas de comissões, que não possuem execução obrigatória.

O relatório também estabelece que o governo não poderá cancelar emendas sem a autorização do parlamentar responsável, uma medida bem recebida pelo Congresso, que tem criticado decisões do STF sobre a distribuição desses recursos.

No que se refere ao programa Pé-de-Meia, voltado para a permanência de estudantes de baixa renda no ensino médio, o orçamento inicial prevê R$ 1 bilhão, montante inferior aos R$ 13 bilhões estimados como necessários para sua execução ao longo do ano.

No entanto, o relator aponta que há um compromisso do governo em complementar os recursos por meio de novas liberações de crédito aprovadas pelo Congresso. O Tribunal de Contas da União estabeleceu um prazo para que essa situação seja regularizada.

O orçamento também contempla o reajuste do salário mínimo para R$ 1.518, já aplicado desde janeiro, além de um montante de R$ 27,9 bilhões para reajustes salariais do funcionalismo público.

Também estão previstos recursos para a realização de concursos, incluindo uma possível nova edição do Concurso Nacional Unificado.

Os valores destinados a diferentes ministérios e programas sociais também são detalhados. O Ministério da Saúde contará com R$ 246 bilhões, quantia superior à proposta inicial do governo. O Ministério da Educação terá R$ 197 bilhões, abaixo do valor solicitado pelo Executivo.

Os investimentos federais somam R$ 80 bilhões, superando a proposta inicial de R$ 63,5 bilhões. O Ministério do Meio Ambiente receberá R$ 4,2 bilhões, ligeiramente acima do previsto.

Já o programa Bolsa Família terá R$ 159 bilhões, sofrendo um corte de R$ 7,7 bilhões em relação ao valor planejado pelo governo, sendo que essa redução será usada para ampliar outros programas, como o Vale Gás, que contará com R$ 3 bilhões em 2025.

O relator também atendeu a solicitações do governo para ajustes em regras orçamentárias. Inicialmente, o relatório reduzia para 10% o limite para cancelamento de despesas discricionárias ou obrigatórias com o objetivo de remanejar recursos, mas, a pedido do governo, esse percentual foi elevado para 30%, conforme adotado em anos anteriores.

Também foi alterado o limite para remanejamento de emendas parlamentares, que passou de 10% para 25%.

O orçamento federal totaliza R$ 5,7 trilhões para 2025, sendo que R$ 1,5 trilhão será destinado ao refinanciamento da dívida pública.



Fonte: iG

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