segunda-feira, 20 janeiro 2025
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Como os produtores de soja de SC, RS e PR têm enfrentado os desafios climáticos?

Da Redação Avance News

Em conversa com os presidentes da Aprosojas Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o Soja Brasil teve a oportunidade de entender como os produtores de soja da região Sul têm enfrentado os desafios climáticos. De soluções inovadoras à adaptação de práticas agrícolas, os líderes das associações de soja do país compartilharam as estratégias que estão sendo adotadas para minimizar os impactos das mudanças climáticas nas lavouras

A seca na soja e a necessidade de adaptação

Os últimos anos têm sido desafiadores para os produtores de soja nas três regiões. De acordo com Ireneu Orth, presidente da Aprosoja RS, o Rio Grande do Sul está vivendo um período crítico, com escassez de chuvas desde o final do ciclo de plantio, iniciado em setembro

Segundo Orth, ot histórico de secas severas no estado, como a de 1941, onde a produção foi drasticamente afetada, é citado como um exemplo da imprevisibilidade do clima. Mesmo com esforços para mitigar os danos por meio de irrigação, o fator climático continua sendo incontrolável, e a adaptação continua sendo uma tarefa árdua e de longo prazo.

No Matopiba, por outro lado, as condições climáticas são mais favoráveis, com chuvas regulares nos últimos anos. Porém, o presidente da Aprosoja RS lembra que a variabilidade climática é cíclica, e as condições de seca que afetaram o estado anteriormente podem voltar a se repetir em outras regiões.

Tecnologia como aliada da soja

A tecnologia tem sido uma grande aliada na busca por soluções para melhorar a eficiência da produção. Sistemas de irrigação, como os pivôs centrais, têm se mostrado eficazes, mas ainda são limitados pela disponibilidade de água e energia. Segundo Ireneu Orth, a viabilidade do uso de irrigação depende de fatores como a disponibilidade de poços artesianos, barragens e, principalmente, o custo de energia. O investimento em tecnologia de irrigação está crescendo, mas ainda não atinge uma parte da área agrícola, o que dificulta uma adaptação completa.

Além disso, os produtores têm investido em tecnologias para aprimorar o plantio, como plantadeiras mais precisas e sementes de melhor qualidade. O uso do Plantio Direto também tem se mostrado uma estratégia eficiente, pois permite que a soja se desenvolva mesmo em condições de escassez de água, por meio de uma boa palhada que retém a umidade do solo.

Secas prolongadas

De acordo com Eduardo Cassiano, presidente da Aprosoja Paraná, a seca tem se intensificado nos últimos três anos, tornando-se um desafio constante. A principal estratégia tem sido a adaptação das práticas culturais, com o uso de calagem e subsolagem para melhorar a qualidade do solo. Porém, como ele destaca, essas soluções apenas mitigam os efeitos de estiagens curtas. Quando a seca se prolonga, os produtores ficam à mercê da falta de chuvas, o que impossibilita manter a produção em níveis sustentáveis. Gabriel enfatiza que o desafio é real e a realidade da seca severa não pode ser subestimada.

O futuro

Os presidentes também destacaram as lições aprendidas com os últimos ciclos de produção. Para  Alexandre Alvadi Di Domenico, presidente da Aprosoja SC, a cautela no momento do plantio é importante. Com mais de 60% dos custos atrelados ao plantio, ele destaca que um plantio bem feito, dentro do período ideal, com sementes de qualidade e uma boa fertilidade do solo, são fatores que minimizam os riscos e garantem melhores resultados. A tecnologia, seja em sementes ou em equipamentos, tem sido fundamental para aumentar a precisão no plantio e garantir que a soja resista melhor às condições climáticas adversas.

Embora a variabilidade climática continue a ser um desafio, a constante adaptação dos produtores, o uso de tecnologias avançadas e práticas agrícolas mais sustentáveis têm mostrado que é possível atravessar períodos de dificuldades. No entanto, as soluções estão longe de serem completas e requerem esforços contínuos e investimentos a longo prazo.



Fonte: Canal Rural

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