Como uma liderança humanizada pode ajudar a engajar e impulsionar empresas
POR BÁRBARA VETOS
O ato de liderar não está necessariamente ligado a poder. Ser um bom líder requer sabedoria para cuidar das pessoas e guiá-las por um caminho de desenvolvimento pessoal e profissional. Esse é o principal conceito apresentado no livro Líderes que curam,
lançado em março, que traz consigo um foco na liderança humanizada dentro das empresas.
Na obra, a autora Antonella Satyro, CEO e fundadora da Human Skills Manifesto, compartilha questionamentos, aprendizados e experiências, e defende que o caminho para ser uma liderança de sucesso é colocar os seres humanos em primeiro lugar e saber encarar e administrar as emoções.
Para ela, as tão conhecidas soft skills
deveriam ser chamadas, na realidade, de human skills,
englobando diversas habilidades de relacionamento e comunicação. Entre as human skills
estão: inteligência emocional; comunicação eficaz; trabalho em equipe e colaboração; pensamento crítico e resolução de problemas; e adaptabilidade e flexibilidade.
“Ajudar no processo e estar disponível para nossas pessoas é uma demonstração de afeto e comprometimento com a carreira dos nossos liderados. Isso é liderança que cura”
Líderes que curam x líderes tóxicos
A autora considera que atitudes positivas de um líder contribuem para a criação de um ambiente de trabalho que valoriza o indivíduo, garante saúde emocional, promove a colaboração e o crescimento pessoal e profissional, além de levar ao sucesso coletivo da equipe.
Algumas características de destaque em uma boa liderança são: transmitir confiança; ser didático e guiar o time de acordo com as habilidades de cada funcionário; saber ouvir e valorizar pontos de vista que não sejam os seus.
Por outro lado, um líder que desconsidera todas essas questões, que acredita que apenas sua opinião é válida, age de forma controladora, e desmotiva a equipe não é alguém que inspira, segundo a autora. Muito menos, cura.
Aplicação da Teoria U pelas lideranças
A Teoria U, elaborada pelo professor Massachusetts Institute of Technology (MIT) Otto Scharmer, também é um conceito analisado no livro. O método busca trabalhar o desenvolvimento de lideranças, auxiliando no processo estratégico de elaboração dos seus negócios e na resolução de problemas. Veja algumas etapas e exemplos da aplicação da tese.
- Habitual
– Diálogo carregado de julgamentos e experiências passadas que interferem na avaliação do que está sendo dito. Exemplo dado pela autora: “Essa ideia nunca vai dar certo”. - Factual
– Uma relação mais aberta, que aponta diferenças, mas está disposta a ouvir o diferente. Exemplo: “Se ele apresentar bons argumentos, vou votar ‘sim’ para seguirmos discutindo”. - Empática
– Escuta que incentiva uma mudança de perspectiva, fazendo com que a questão seja observada por diversos ângulos, se colocando no lugar do outro. Exemplo: “Consigo ver os benefícios disso. Por favor, fale mais sobre”. - Generativa
– O nível mais profundo da escuta, que olha para o futuro e permite novos olhares. Exemplo: “Como posso contribuir com essa mudança?”.
“Dedicar tempo às pessoas, ouvi-las, incluir suas ideias e opiniões é ser um líder que cura e é construir o caminho para desenvolver ambientes seguros”
Assim como em sua trajetória, Satyro adiciona a Teoria U em suas reflexões ao longo do livro. Segundo ela, quando o ser humano evolui sua forma de escutar, ele cria uma reação em cadeia no modo como compreende, digere, analisa e verbaliza o que pensa.
O objetivo é romper com vieses e julgamentos inconscientes que podem interferir no que está sendo dito. Na sua visão, uma liderança que cura é aquela que está aberta ao diálogo e a uma escuta de qualidade, e que contribui para a criação de ambientes e oportunidades de uma comunicação real, livre e criativa no ambiente de trabalho.
O livro já está disponível para compra nos formatos físico e e-book.
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