As contas externas brasileiras registraram déficit de US$ 1,7 bilhão em abril de 2023, ante superávit de US$ 100 milhões em abril de 2022. Em março, o saldo foi positivo em US$ 286 milhões, primeiro superávit em oito meses. Em 12 meses encerrados em abril as contas externas do país acumulam déficit de US$ 54,2 bilhões (2,76% do PIB), ante US$ 52,4 bilhões (2,67% do PIB) no mês anterior e US$44,6 bilhões (2,56% do PIB) em abril de 2022. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central.
A balança comercial de bens registrou superávit de US$ 6,9 bilhões em abril de 2023, ante saldo positivo de US$ 6,8 bilhões em abril de 2022. As exportações totalizaram US$ 27,6 bilhões, redução de 5,7% na comparação anual. Já as importações caíram 8% na mesma base de comparação, totalizando US$ 20,6 bilhões.
O déficit na conta de serviços totalizou US$3,2 bilhões em abril de 2023, praticamente estável em relação a abril de 2022. A conta de transportes registrou despesas líquidas de US$1,0 bilhão, recuo de 26,1% comparativamente a abril de 2022, influenciada por menores gastos em fretes. As despesas líquidas com aluguel de equipamentos somaram US$746 milhões, aumento interanual de 20,6. As despesas líquidas na rubrica de viagens internacionais aumentaram 11,4% e somaram US$784 milhões, com aumentos de 14,6% (para US$452 milhões) nas receitas e de 12,6% nas despesas (para US$1,2 bilhão).
O déficit em renda primária somou US$5,4 bilhões em abril de 2023, aumento de 41,5% comparativamente ao déficit de US$3,8 bilhões em abril de 2022. As despesas líquidas de lucros e dividendos, associadas aos investimentos direto e em carteira, totalizaram US$3,8 bilhões, ante US$3,0 bilhões em abril de 2022. As receitas de lucros e dividendos totalizaram US$1,5 bilhão em abril de 2023, comparativamente a US$2,0 bilhões em abril de 2022, explicando a maior parte do incremento interanual das despesas líquidas. As despesas líquidas com juros somaram US$1,5 bilhão em abril de 2023, US$737 milhões superiores ao resultado de abril de 2022, influenciadas por maiores despesas brutas em operações intercompanhia e em outros investimentos.
Investimentos diretos
Os investimentos diretos no país (IDP) somaram ingressos líquidos de US$3,3 bilhões em abril de 2023, ante US$11,1 bilhões em abril de 2022. No mês houve ingressos líquidos de US$4,4 bilhões em participação no capital e amortizações líquidas de US$1,1 bilhão em operações intercompanhia. O IDP acumulado em 12 meses totalizou US$82,0 bilhões (4,17% do PIB) em abril de 2023, ante US$89,7 bilhões (4,57% do PIB) no mês anterior e US$54,3 bilhões (3,12% do PIB) em abril de 2022.
Os investimentos em carteira no mercado doméstico totalizaram entradas líquidas de US$1,1 bilhão em abril de 2023, resultado de entradas líquidas de US$1,5 bilhão em ações e fundos de investimento e de saídas líquidas de US$424 milhões em títulos de dívida. Nos doze meses encerrados em abril de 2023, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$10,3 bilhões.
Com isso, as reservas internacionais totalizaram US$345,7 bilhões em abril de 2023, aumento de US$4,6 bilhões em relação ao mês anterior. O aumento decorreu, principalmente, do retorno líquido de US$2,5 bilhões em operações de linhas com recompra. Adicionalmente, as contribuições positivas de variações por preços e por paridades somaram US$1,1 bilhão e as receitas de juros somaram US$613 milhões.
*Publicado por Dimalice Nunes