Deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) avaliam acionar a Comissão de Ética da Casa contra Wilson Santos (PSD), por quebra de decoro, e ataques aos demais parlamentares durante audiência pública que discutiu o projeto de lei que proíbe o transporte de peixe por cinco anos.
Durante os encontros, Wilson tem citado o nome de cada deputado que é a favor do projeto, fala quantidade de votos que tiveram na cidade e questiona o público. “Vocês continuarão votando neles?”.
A Gazeta teve acesso às conversas no grupo de whatsapp composto pelos 24 parlamentares. A discussão se iniciou quando uma das gravações chegou no grupo, com um dos deputados questionando as atitudes de Santos.
O deputado Diego Guimarães (Republicanos) criticou o parlamentar, que citou os seus familiares. “Nunca mais cite o nome do meu pai ou de qualquer outra pessoa da minha família. O político sou eu”, disse Diego.
Após a publicação do vídeo, o presidente da Comissão de Ética da Assembleia, Max Russi (PSB), avaliou que as declarações de Wilson poderiam ser caracterizada como quebra de decoro parlamentar. “Fui citado também, aliás, vários outros. Cabe até decoro”, disse Russi.
A deputada Janaina Riva (MDB) classifica a atitude de Wilson Santos como “desleal”, e que o acordo para realização de audiências que ele propôs seria apenas para se “promover”. “Esse acordo foi só pra ficar fazendo isso. Não para apresentar avanços ao projeto”, reclamou.
Diante das imagens os deputados se revoltaram contra Wilson, pedindo punição contra ele. Um requerimento por lideranças partidárias chegou a ser cogitado.
Contudo, o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (União), avalia que mais uma investigação contra um parlamentar poderia prejudicar ainda mais a imagem da casa. O pedido de ponderação de Botelho está sendo avaliado pelos deputados que querem punição a Wilson.
Wilson Santos tem se destacado entre os pescadores durante a discussão do projeto “Transporte Zero”. Além das discussões, Wilson Santos também busca suspender a votação via Justiça. A previsão, conforme entendimento no Colégio de Líderes, é que o projeto seja votado em 2ª votação na próxima quarta-feira (28).
