Recorde anterior era de maio de 2020, quando a moeda norte-americana atingiu R$ 5,9007
Em meio às turbulências políticas e econômicas, o dólar disparou nesta quarta-feira (27) e fechou cotado a R$ 5,91 , o maior valor da história. O recorde anterior era de maio de 2020, quando a moeda norte-americana atingiu R$ 5,9007.
A alta foi impulsionada por rumores de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad , planeja anunciar a isenção de Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil a partir de 2026. A informação foi confirmada pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, durante entrevista, mas ainda sem maiores detalhes.
Atualmente, a faixa de isenção é de até R$ 2.259,20 mensais. Caso o novo patamar seja confirmado, o impacto fiscal pode ser significativo, estimado em R$ 50 bilhões anuais.
Reação dos mercados
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, operou em queda durante todo o pregão desta quarta. Ao fim do dia, o índice acumulou:
– Alta de 0,62% na semana;
– Avanço de 0,16% no mês;
– Recuo de 3,18% no ano.
Já o dólar encerrou o dia com uma alta de 1,80%, cotado a R$ 5,9124. Na máxima, chegou a R$ 5,9288.
Ponto de tensão: Isenção de IR e corte de gastos
O mercado está atento ao discurso que Fernando Haddad fará ainda nesta quarta-feira, às 20h30. A expectativa inicial era de que o ministro anunciasse medidas de corte de gastos robustas para alinhar o governo ao arcabouço fiscal. Contudo, a possível isenção do IR adiciona pressão sobre as contas públicas.
Economistas e investidores aguardam detalhes de como o governo pretende compensar as perdas de arrecadação, especialmente em um cenário em que se busca maior controle fiscal.
“O mercado recebe negativamente essa isenção porque não há um cenário em que o benefício ao consumo compense o impacto nas contas públicas”, avalia Matheus Pizzani, economista da CM Capital.
