sábado, 23 novembro 2024
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Economia cubana contraiu 1,9% em 2023 e encara 'cenário complexo'

YAMIL LAGE

Uma van de uma empresa de entrega de alimentos com sede nos EUA circula por Havana em 22 de maio de 2024. Economia cubana contraiu 1,9% em 2023.

YAMIL LAGE

A economia cubana contraiu 1,9% em 2023 e continua enfrentando um “cenário complexo” devido à falta de divisas, acesso a crédito e baixos níveis produtivos, informou nesta segunda-feira (15) o ministro da Economia, Joaquín Alonso.

“Estamos com insuficiências em receitas em divisas, créditos externos e baixa recuperação da produção nacional”, e “ao mesmo tempo, há limitações com combustível e energia”, disse Alonso ao apresentar um relatório sobre o estado da economia na ilha comunista em 2023 e as previsões para 2024.

Alonso, citado por meios locais, destacou que a economia cubana enfrenta o mesmo “cenário complexo” vivido em 2023 e listou uma série de problemas que a prejudicam, incluindo “um alto déficit fiscal”, “inflação elevada e persistente” e “alto endividamento externo”.

Sobre a inflação, ele informou que houve uma tendência de desaceleração desde 2023, “mas com resistência à sua redução em torno de 30%”.

Segundo o ministro, ao final de 2023, a economia cubana contraiu 1,9%, uma cifra quase similar aos 2% previstos por seu antecessor, Alejandro Gil, destituído em fevereiro, e que em dezembro havia anunciado que “não seria possível” cumprir a meta inicial de 3%.

A economia cubana cresceu 1,8% em 2022, após uma queda de 10,9% do PIB em 2020, no contexto da pandemia de coronavírus, seguida de uma leve recuperação de 1,3% no ano seguinte.

Em um debate prévio à sessão do Parlamento que ocorrerá na próxima quarta-feira, Alonso explicou que a produção de níquel, açúcar, mel e rum, entre outros produtos, “não alcança as receitas previstas”.

Neste sentido, o ministro destacou que o plano de receitas em divisas do país foi cumprido apenas em 88% durante o primeiro semestre do ano, resultando em “222 milhões de dólares (R$ 1,21 bilhão) a menos do que o planejado”.

Alonso detalhou que o turismo, uma atividade vital para a ilha, cresceu 1,8% em 2023. Apesar disso, o 1,8 milhão de visitantes representa 85% do plano e pouco mais da metade da quantidade registrada em 2019.

O governo de Cuba anunciou há uma semana o congelamento de preços de seis produtos, a maioria alimentos como frango, leite e óleo, em uma tentativa de conter a tendência de alta nos mercados.

Cuba, com uma economia de planejamento centralizado e forte predominância de empresas estatais, enfrenta uma crise econômica sem precedentes em três décadas, com apagões, escassez de alimentos, medicamentos e combustível.

Esta crise é provocada pelos efeitos da pandemia, pelo endurecimento das sanções de Washington, em vigor desde 1962, pelas fraquezas estruturais da economia cubana e por uma reforma monetária que não alcançou os resultados esperados.



Fonte: iG

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