A obesidade é um problema que tem afetado cada vez mais pessoas no Brasil e tornando a incidência de doenças graves maior. Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), cerca de 6,7 milhões de pessoas no país estão obesas, o que representa cerca de 31% do total 21,2 milhões de brasileiros que participam da tabulação do sistema de vigilância alimentar e nutricional.
E, diante do crescimento da doença no país, a cirurgia bariátrica tem representado uma solução para o problema, mas gerado dúvidas sobre quando realizar e buscar o método, já que o processo para combater a doença é muito mais difícil do que se imagina, principalmente considerando as outras enfermidades que podem ser desenvolvidas pela doença.
“A obesidade traz outros problemas de saúde como hipertensão, diabetes, problemas cardiovasculares e pode até aumentar o risco de alguns tipos de câncer se não houver um controle adequado. E, entre os tratamentos indicados para doença, está a cirurgia bariátrica, considerado o método mais eficaz até o momento para controle da obesidade em seus níveis mais graves”, afirma o cirurgião bariátrico Luis Gustavo Cortiano, do Eco Medical Center.
Quando a cirurgia bariátrica é indicada?
A indicação da cirurgia bariátrica é para pacientes com IMC acima de 35kg/m 2
e comorbidades com alto risco cardiovascular,
apneia do sono
, doenças articulares degenerativas ou outras que não tenham tido sucesso no tratamento clínico. O destaque é a indicação da cirurgia para pacientes com IMC abaixo de 35kg/m 2
, mas com diabetes tipo 2 mal controlada, chamada de cirurgia metabólica (pois o objetivo principal é o controle do diabetes).
“Ao todo são cerca de 21 doenças que possuem recomendação para a cirurgia, além do Índice de Massa Corporal (IMC) elevado, entre elas, dores nas articulações, depressão, cardiopatias, diabetes, hipertensão e outras”, informa o Dr. Luis Gustavo Cortiano.
Maneiras de realizar o procedimento
A cirurgia bariátrica é um dos principais tratamentos para a obesidade severa ou mórbida e pode ser realizada por meio de diferentes técnicas cirúrgicas, sendo o bypass gástrico e a gastrectomia vertical as mais utilizadas. Um dos grandes diferenciais está nas cirurgias realizadas por videolaparoscopia ou cirurgia robótica (técnicas minimamente invasivas).
Na cirurgia aberta, o médico precisa fazer um corte de 10 a 20 centímetros no abdômen do paciente. Na videolaparoscopia e cirurgia robótica são feitas de quatro a sete mini incisões de 0,5 a 1,2 centímetros cada uma, por onde passam as cânulas e a câmera de vídeo. “No entanto, a
cirurgia
não é uma vacina para a obesidade. É importante que o paciente saiba que ele deverá ter um acompanhamento multidisciplinar antes e depois de todo o processo […]”, ressalta o Dr. Luis Gustavo Cortiano.
Cuidados pós-cirurgia
A necessidade do envolvimento de diferentes especialidades para a realização da cirurgia bariátrica se dá porque o paciente passa por uma imensa alteração de rotina alimentar e corporal. Essas mudanças exigem muita disciplina e conhecimento sobre o próprio corpo e uma boa dose de autocuidado.
Marília Zaparolli, nutricionista do Eco Medical Center, explica que a pessoa operada passa por uma redução de estômago que diminui em cerca de cinco vezes sua capacidade de ingestão. “Além disso, os primeiros dias são muito desafiadores até que a pessoa consiga conciliar nutrição e hidratação. O paciente passa a
tomar água
em porções menores, repetidas vezes ao longo do dia. Já quanto à alimentação, ela também chega líquida nos primeiros 15 dias, até passar para a pastosa ou branda. E só depois da liberação médica é que o paciente volta a se alimentar de produtos sólidos”, conclui.
Por Ceres Battistelli