Da Redação Avance News
18 de Julho de 2023 às 11:13
Ação busca promover a inclusão e a valorização da cultura indígena no ensino científico
A iniciativa da Escola Estadual Marechal Cândido Rondon, que contou com apoio da UFMT, teve como objetivo proporcionar aos estudantes a oportunidade de vivenciar o ambiente acadêmico, além de estimular o interesse pela ciência e valorizar a cultura indígena. Durante os três dias de intercâmbio, os alunos tiveram a chance de participar de conversas com professores e pesquisadores da universidade.
Segundo o secretário de Estado de Educação, Alan Porto, o projeto também contribuiu para estreitar as relações entre as comunidades acadêmica e indígena, promovendo o diálogo e o respeito às diferenças culturais. “A iniciativa mostra a importância de se criar espaços inclusivos e interculturais no ambiente educacional, onde a cultura indígena seja valorizada e integrada ao ensino científico”.
Para ele, se trata de um exemplo de como é possível promover a inclusão e valorizar a diversidade cultural nas escolas. Iniciativas como essa são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde todos tenham a oportunidade de ter acesso à educação de qualidade e de se desenvolver plenamente.
De acordo com o assessor técnico da Coordenadoria de Educação Escolar Indígena (COEI), da Seduc, Marco Domingues, o evento, que compõe o currículo dos estudantes do Ensino Fundamental e Médio de duas salas anexas da Terra Indígena Santana, distante 140 quilômetros da escola, foi patrocinado pela Diretoria Regional de Educação (DRE) de Diamantino.
“Foram vários momentos esclarecedores e atividades encampadas pelos estudantes Kurá-Bakairi, dentre eles, os acolhimentos por parte de servidores e estudantes universitários em todas as instalações da UFMT. A grande interatividade presente nas rodas de conversa, as diversas visitas ao Museu Rondon, à Estação Climática, ao Cineclube Coxiponés, além das visitas aos Laboratórios de Química, de Microscopia e o Laboratório de Biologia, onde conheceram alguns estudos e vários experimentos”, pontuou.
A diretora da escola, Mariana Rodrigues Athayde Dormevil, disse que foi emocionante ver o sorriso nos rostos dos estudantes em seu ato de descoberta. “A oportunidade fornecida através do Projeto de Extensão é valiosa em diversos aspectos, pois, é uma forma de colocá-los em contato com o científico e ao mesmo tempo proporcionar novas experiências sociais. Tudo isso só foi possível por meio da parceria entre UFMT e a Seduc, intermediada pela DRE do polo Diamantino e a Coordenadoria de Diversidades da secretaria”, avaliou.
O estudante do 3º ano do Ensino Médio, Edgard Glauber, um dos participantes do intercâmbio, disse que as aulas foram gratificantes e agregaram muito para seu conhecimento. “Foi muito interessante e me acendeu a chama e uma vontade ainda maior em continuar os estudantes e, quem sabe, futuramente ingressar em uma faculdade para construir ainda melhor o meu futuro”, falou.
Outro estudante participante foi Andrey Moreira dos Santos, do 9º ano do Ensino Fundamental. Ele avaliou que a troca de conhecimento para os estudantes foi fundamental, pois, a participação nas aulas do laboratório foi interessante e ainda tiveram a oportunidade de ver de perto um moderno microscópio em atividade.
“Sentimos que todos que estavam ali ficaram felizes em nos receber. Fomos abraçados pelo projeto e, com certeza, gostaríamos de participar de outros momentos como este. Sem dúvida irá nos proporcionar cada vez mais momentos especiais na nossa formação escolar”, finalizou.
O intercâmbio terminou com uma mostra das danças típicas da etnia Bakairi e uma partida de futebol entre os estudantes indígenas e servidores da UFMT.