O apresentador Fausto Silva, conhecido como Faustão,
passou por um transplante bem-sucedido de coração nesse domingo (27), após seu quadro de insuficiência cardíaca se agravar. De acordo com a gravidade e por ser paciente com tipo sanguíneo B, Faustão ocupava a 2ª posição na lista prioritária de espera.
Embora a cirurgia tenha sido feita no Hospital Albert Einstein, instituição privada em São Paulo – onde Faustão segue internado para acompanhamento –, o transplante foi feito através do Sistema Único de Saúde, o SUS.
O órgão detém a responsabilidade de regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados em todo o país.
O SUS assegura ao Brasil o título de maior sistema público de transplantes do mundo. Ainda assim, é o país com uma das maiores listas de espera: mais de 65 mil brasileiros aguardam um transplante atualmente, dentre os quais cerca de 380 esperam por um coração.
Entenda como funciona o transplante nos Estados Unidos e Espanha
Em números absolutos, o Brasil é o segundo maior transplantador de órgãos do mundo, atrás somente do sistema de transplantes dos Estados Unidos,
que possui uma rede de saúde totalmente privada. Lá, o receptor do órgão ou seu convênio médico pagam pelo procedimento.
Esse sistema americano, porém, possui cerca de 104 mil pessoas em listas de espera, e 17 pessoas morrem todos os dias esperando pelo transplante – números maiores que os do Brasil, de acordo com a Rede Unida para o Compartilhamento de Órgãos.
Mas é a Espanha
que, segundo especialistas, possui o sistema mais eficiente. No país europeu, os procedimentos são realizados pelo seu sistema espanhol de saúde, que é gratuito.
Diferente do Brasil, porém, a Espanha cobra dos cidadãos uma taxa periódica de seguridade social, que garantem acesso à saúde.
Uma diferença fundamental em relação ao sistema brasileiro e americano é que, na Espanha, todos os cidadãos são doadores de órgãos. Pela lei espanhola, as famílias podem impedir a doação após o falecimento dos entes, mas se pressupõe que qualquer espanhol com morte encefálica e plenas condições de saúde terá seus órgãos doados.
O Brasil tentou implementar, sem sucesso, a mesma regra no país, por meio da Lei 9.434 de 1997, que estipulava um “consentimento presumido” para doação de órgãos.
Assim como na Espanha, os órgãos da pessoa falecida só não seriam doados se houvesse manifestação da família. Em outubro de 1998 uma medida provisória eliminou a regra.