Da Redação Avance News
Os pais de Orlando de Souza Carvalho eram agricultores, mas ele não se identificava com a atividade. Após uma série de escolhas erradas, chegou a morar na rua e, ironicamente, para sustentar o vício em bebidas alcoólicas, começou a trabalhar com limpeza de terrenos e construção de hortas para terceiros.
“Fui ganhando gosto, mexendo aos poucos, e um certo dia uma pessoa me falou: ‘Olha, a única forma de ganhar dinheiro, sem gastar muito, é plantando, porque a terra retribui’, e assim eu fui criando gosto pela lavoura”, conta o produtor.
Quando sua mãe faleceu, iniciou uma plantação em um terreno deixado por ela em Várzea Grande, no sul de Mato Grosso. Com a falta de água, começou a preservar um pequeno córrego que vivia secando. Em sua primeira plantação, de maneira simples, conseguiu cultivar maxixe e abobrinha.
“Com o pouco que colhi, comecei a fazer um comerciozinho, mas sempre desanimado porque aparecia uma praga e não sabia que produto usar e nem adubar, era tudo feito de maneira rústica e assim foi indo”, relata Carvalho, que há dois anos conta com o apoio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar-Mato Grosso para crescer.
Dos R$ 100 aos R$ 15 mil
O técnico de campo e engenheiro agrônomo, Marcus Vinicius Bervanger de Miranda, auxilia o produtor e explica que no início ele recebia cerca de R$100 por mês com a venda dos produtos. Sua maior dificuldade era a falta de conhecimento.
Agora, com a assistência técnica, ele tem investido cada vez mais na olericultura. Em abril, por exemplo, chegou a receber R$ 15 mil fornecendo seus produtos, um recorde até então.
Mirando o ajudou com as metodologias de adubação de plantio e preparo de documentação para gerenciar o negócio. Hoje, também fornece para mercados e para a merenda escolar nas escolas municipais de Várzea Grande.
“Um dos caminhos que o levou a aumentar a produção, foi a questão da chamada pública que teve aqui na prefeitura. Antes mesmo disso, orientamos ele a se documentar, a fazer o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) e a inscrição estadual para emissão de nota”, explicou o técnico.
Planos de expansão do agricultor
Miranda se diz satisfeito por fazer parte da história do agricultor, vendo a propriedade dele melhorando cada vez mais graças à aplicação das técnicas agronômicas. “É ainda mais satisfatório observar que o produtor está conseguindo se desenvolver, produzir, vender seus legumes e alcançou uma vida financeira melhor. Um rendimento que tende a aumentar cada vez mais”, disse.
Aos 58 anos, Orlando fala sobre os planos para o futuro. “Hoje, graças a Deus, estou fornecendo ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) da merenda nas escolas municipais de Várzea Grande. Comecei com um talhão pequeno, já estou no sétimo talhão plantado e pretendo investir ainda mais”.