Da Redação Avance News
O mercado interno de frango segue em alta e mostra sinais de estabilidade nos preços, sem grandes recuos nos últimos dias. A expectativa para os próximos dias é que os preços se mantenham firmes, sustentados pela proximidade de um feriado prolongado, que tende a aquecer a demanda e favorecer a comercialização. Essa movimentação é comum em períodos próximos ao final de mês, quando, normalmente, há uma diminuição da procura, mas também é acompanhada de uma recuperação rápida quando as compras de varejistas aumentam para atender à demanda do início do mês.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço médio do frango vivo atingiu R$ 6,15 por quilo nesta parcial de abril, o que representa o maior valor desde agosto de 2022, em termos reais, ou seja, descontando a inflação. Essa valorização se traduz em um aumento acumulado de 11% no mês, o que reflete o bom desempenho do setor. A alta nas cotações está relacionada tanto à demanda interna quanto externa, com destaque para o aumento das exportações e a retomada de consumo no mercado doméstico.
Outro fator que contribui para essa valorização do frango vivo é o custo elevado dos insumos, especialmente o milho, que, apesar de algumas quedas nos preços, ainda mantém patamares altos. Esse aumento nos custos de produção, associado ao mercado interno aquecido, tem levado muitos frigoríficos a repassar os custos para o preço do frango vivo. Além disso, a desvalorização de outros componentes importantes, como o farelo de soja, também contribui para o poder de compra dos avicultores, especialmente os do estado de São Paulo.
Ainda de acordo com o Cepea, a combinação desses fatores tem impulsionado o poder de compra do produtor avícola, permitindo que ele absorva melhor as pressões nos custos de produção e continue a investir na atividade. Ao longo de abril, o mercado seguiu aquecido, com frigoríficos encontrando espaço para reajustar os preços, o que é um indicativo de que o setor está se ajustando bem aos desafios econômicos.
Para o produtor rural, o cenário atual traz uma boa oportunidade de lucratividade, mas é necessário manter o foco no planejamento das compras de insumos e na gestão da produção, já que a volatilidade dos custos de milho e soja ainda representa um risco a ser monitorado de perto. A sustentabilidade dessa tendência de alta vai depender não apenas da demanda interna, mas também de como o mercado internacional continuará reagindo, especialmente em relação aos preços do milho e ao comportamento dos principais mercados compradores do frango brasileiro.
MERCADO EXTERNO – As exportações brasileiras de carne de frango para os países árabes cresceram 9,95% no primeiro trimestre deste ano, atingindo a marca de R$ 5,34 bilhões, de acordo com dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. Esse desempenho segue o ritmo de crescimento registrado no ano passado, consolidando a tendência positiva no comércio com o bloco.
A Arábia Saudita é o maior comprador da carne de frango brasileira, com aquisições totalizando R$ 1,46 bilhão, seguida pelos Emirados Árabes Unidos, com R$ 1,28 bilhão, e pelo Iraque, que somou R$ 563,79 milhões.
A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira destaca que, no período, o preço da tonelada de frango nos mercados árabes subiu. Na Arábia Saudita, houve um aumento de 19,47%, com o valor passando para R$ 14.103,57; nos Emirados Árabes Unidos, o preço subiu 3,44%, alcançando R$ 11.641,50; e no Iraque, a alta foi de 2,55%, com a tonelada negociada a R$ 12.474,08. Esse ajuste nos preços ajudou a impulsionar o volume total das exportações em comparação com os três primeiros meses de 2024.