Da Redação Avance News
O delegado Maurício Maciel Pereira Júnior, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), revelou que o professor de matemática Celso Odinir Gomes, de 60 anos, foi morto após ter, supostamente, assediado um adolescente de 17 anos para quem deu carona, com a promessa de deixar o jovem em sua casa, no bairro Parque Cuiabá. O professor, que seguiria para uma chácara em Santo Antônio de Leverger (34 km da Capital), foi morto após levar dois golpes de “mata-leão” e teve o corpo localizado, já em decomposição, na manhã desta sexta-feira (10).
Por outro lado, o delegado não confirmou, sobre um possível envolvimento amoroso entre o docente, o adolescente que o matou e os comparsas do rapaz, outro menor de 15 anos, um jovem de 18 e uma mulher de 20 anos, que se relacionava com o adolescente de 17 anos, autor dos golpes que mataram o professor. Tais detalhes foram repassados durante coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira.
Pela manhã, foram efetuadas as prisões da mulher, do rapaz de 18 anos, bem como a apreensão dos dois adolescentes por suspeitas de envolvimento na morte de Celso. Um deles revelou os investigadores ao local onde o corpo do professor foi desovado, um matagal na região da Avenida Palmiro Paes de Barros, em Cuiabá. Ele estava desaparecido desde o dia 3 de abril.
“Pelas declarações e pelas informações que nós temos houve uma situação de que um desses adolescentes teria pego uma carona. Na realidade, houve um contexto que acabou resultando nas agressões por parte desse adolescente que acabou ceifando a vida da vítima e um dos outros indivíduos teria contribuído para a ocultação do cadáver da vítima”.
Em outra parte, o delegado explica sobre as alegações do adolescente para justificar a morte do docente. “Segundo o adolescente, o professor queria aliciar ele, que não concordou com essa atitute, do aliciamento, por isso que ele partiu para cima do professor”, relatou Maurício Maciel.
As afirmações do delegado são baseadas nas declarações do garoto de 17 anos, mas ainda serão confrontadas com os depoimentos dos outros detidos e outras provas e diligências que fazem parte da investigação. Isso porque o menor assumiu sozinho autoria do crime, versão que ainda precisa ser averiguada. Com base nas investigações, ele teria contado com a ajuda do amigo, o adolescente de 15 anos, para se livrar do corpo. Os dois rapazes têm histórico criminal, conforme a Polícia Civil.
Quanto à possibilidade de um caso amoroso entre a vítima e algum dos envolvidos as investigações ainda não apontaram evidências nesse sentido. “O contexto não indica que tenha um conhecimento prévio, ou uma relação entre os suspeitos e a vítima. Ao que tudo indica houve uma situação ocasional que fez com que esses caminhos se cruzassem”, declarou o delegado.
Sobre a participação de cada um dos quatro detidos, os policiais afirmam que o atual estágio das investigações não permite, por enquanto, individualizar a atuação de cada um no crime. A mulher presa tinha relacionamento com o adolescente que assumiu a autoria do assassinato. Por ora, a Polícia Civil não detalhou a participação do jovem de 20 anos, também preso nesta sexta-feira.
A tese de investigação em andamento aponta para um caso de latrocínio, mas ainda não está claro se a dupla maior de idade poderia ter tentado vender o veículo do professor. “Isso ainda não ficou esclarecido. Nas investigações iniciais não ficou nada comprovado se realmente eles iam vender o veículo, houve um desentendimento no veículo no qual, um deles deu um mata-leão no professor, que desmaiou. Segundo eles, ele acordou e deram outro e aí mataram, ceifou a vida do professor”.
Conforme o delegado, os menores afirmaram que o corpo da vítima foi carbonizado, mas ainda é aguardada uma confirmação da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), para saber de fato o que aconteceu.