A gasolina fica R$ 0,10 mais cara a partir desse sábado (1º), com o aumento da alíquota do ICMS(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). A cobrança do imposto vai passar dos atuais R$ 1,3721 para R$ 1,47 por litro – um acréscimo de 7,14%.
Para diesel e biodiesel, o ICMS sobe de R$ 1,0635 para R$ 1,12 por litro, um aumento de 5,31%.
O novo valor foi ratificado pelo Confaz(Conselho Nacional de Política Fazendária) em novembro do ano passado.
Nova medida
O economista e professor Rodrigo Simões explicou ao portal iG que, antes, cada unidade da federação calculava a alíquota do ICMS trimestralmente, com base na média dos preços dos três meses anteriores. Com a mudança, o imposto passa a ter o mesmo reajuste em todos os estados.
“Antes, era um sistema de alíquota fixa por litro uniforme. Agora, a proposta é um valor fixo por litro vendido direto na bomba dos postos de gasolina”, afirmou o economista.
Impacto na inflação
A elevação do preço do combustível vai impactar o custo de bens e serviços, como transporte escolar, fretes de medicamentos e compras on-line, segundo Simões. O economista disse também que o aumento vai encarecer insumos agrícolas e industriais.
O economista do Insper Alexandre Jorge Chaia disse ao iG que o aumento dos combustíveis terá um impacto inflacionário de até 0,30%.
“O tamanho real do impacto é variável, vai depender dos outros parâmetros da economia. O dólar teve queda em nove pregões seguidos. Então, os preços podem encarecer pelo frete, mas cair pela cotação da moeda americana. Eu acredito que haverá um resultado entre 0,20% e 0,30%”.
A inflação fechou 2024 em 4,83% e ultrapassou o teto da meta do Banco Central, de 4,5%. O preço dos combustíveis foi o item que mais influenciou na alta do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor).
Acordo de preço
O aumento de hoje é resultado de políticas anteriores feitas para controlar o preço do combustível por motivos eleitoreiros, na opinião de Chaia.
“O governo passado mudou algumas regras em acordo com governadores. Estabeleceram um ICMS fixo e alongaram o prazo médio de pagamento da alíquota. O que está acontecendo agora é mais um ciclo de oneração do ICMS que já foi acordado em 2022”, disse o economista.