O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (7) que as contas públicas de 2024 devem fechar com déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) , sem considerar os custos com as enchentes no Rio Grande do Sul.
“Hoje, o Ministério da Fazenda estima em 3,6% o crescimento do PIB. Diante disso, estamos com 0,1% de déficit, sem o Rio Grande do Sul, com o Rio Grande do Sul com 0,37% [de déficit]”, disse em entrevista à GloboNews.
A meta de resultado primário para o ano passado, desconsiderando a tragédia no RS, era de déficit zero, com variação de 0,25 ponto percentual para cima ou para baixo. Dessa forma, o déficit de 0,1% fica dentro do intervalo de tolerância.
De acordo com Haddad, se as duas medidas provisórias enviadas pelo presidente Lula (PT) ao Congresso tivessem sido aprovadas, o país registraria um superávit já no ano de 2024. “Mas, enfim, estamos numa democracia, felizmente, e temos que conviver com esse tipo de contratempo”, afirmou.
Ainda assim, o ministro afirmou que o pacote fiscal aprovado pelo Congresso Nacional tem “sutilezas” que possibilitarão ao governo o controle das contas públicas.
O ministro adicionou que, somados os índices do PIB em 2023 e em 2024, o país cresceu 7% em dois anos. “É o maior crescimento desde 2011”, disse.
Problemas na comunicação
Haddad comentou sobre a comunicação do governo que, para ele, deveria ser mais eficiente.
“Primeiro nós temos que nos comunicar melhor, e eu venho dizendo isso há muito tempo. O governo tem que ser muito coerente e muito resoluto na sua comunicação, não podemos deixar brecha para os resultados que queremos atingir”, disse.
“Nós precisamos nos comunicar melhor, o mercado está muito sensível, no mundo inteiro, não é uma situação normal que o mundo está vivendo”, completou.