Fernando Haddad, ministro da Fazenda, quer encontrar uma forma de diminuir a presença de beneficiários do Bolsa Família em plataformas de jogos de aposta virtual. Porém, não pretende proibir a prática.
“Não podemos passar a ideia de tutela, de discriminação, proibindo que todo beneficiário do Bolsa Família faça uma fezinha. Mas estamos estudando uma forma de definir qual a proporção da renda de cada cidadão que pode ser aplicada em jogos sem ser considerada vício”, disse Haddad à coluna de Tales Faria no UOL.
O ministro, então, quer limitar anúncios de sites de bet e entender quanto cada pessoa poderia dispor para isso. Ele quer fazer a análise junto ao Ministério da Saúde, que considera apostas um vício, e banco de dados da Previdência Social.
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A ideia é que, no primeiro mês de 2025, o governo entenda quanto cada CPF gasta em bets e fazer o cruzamento com cadastros em benefícios financeiros governamentais para criar “um mapa em tempo real dos possíveis dependentes e até de crimes online”.
R$ 3 bilhões em bet
De acordo com divulgação do Banco Central nesta semana, cerca de 5 milhões de pessoas beneficiárias do Bolsa Família jogaram em sites de aposta em agosto de 2024. Estima-se que o valor gasto foi de, aproximadamente, R$ 3 bilhões.
O valor, então, dá uma média de R$ 600 gastos por CPF no mês. O ministro vê isso, também, como questão de saúde pública e quer estudar maneiras de diminuir publicidade:
“Entidades como a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) já nos procuraram para discutir o assunto. O vício em jogos é tão problemático como o do cigarro, cuja publicidade já está limitada. As entidades não querem ver sua imagem misturada com os problemas causados pelo vício.”
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