Da redação | Gazeta Digital
Geovane Tenorio Lisboa foi condenado, pelo Tribunal do Júri de Barra do Bugres (MT), a 30 anos de prisão, pela morte da companheira Francielle Oliveira dos Santos. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), o crime foi comedido em março de 2023 quando o réu, motivada por uma suposta infidelidade, estrangulou a esposa até ela perder a consciência. Em seguida, esfaqueou a vítima, o que lhe causou a morte.
O filho do casal, que na época tinha 7 anos, presenciou o crime. O menino solicitou ajuda e, quando a polícia chegou ao local, prendeu o homem e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
O réu foi condenado por homicídio com 4 qualificadoras e iniciará o cumprimento da pena em regime fechado e não poderá recorrer da sentença em liberdade. O conselho de Sentença considerou a tese do MPMT e reconheceu que o crime foi cometido com emprego de meio cruel pela asfixia, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, e contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicídio).
Atuou na sessão do júri o promotor de Justiça Aldo Kawamura Almeida. Na introdução dos debates, o membro do MPMT utilizou-se da tese defendida pelo promotor de Justiça Roberto Lyra, do Ministério Público do Rio de Janeiro, que diz:
“O verdadeiro passional não mata. O amor é, por natureza e por finalidade, criador, fecundo, solidário, generoso. Ele é cliente das pretorias, das maternidades, dos lares e não dos necrotérios, dos cemitérios, dos manicômios. O amor, o amor mesmo, jamais desceu ao banco dos réus. Para fins da responsabilidade, a lei considera apenas o momento do crime. E nele o que atua é o ódio. Amor não figura nas cifras da mortalidade e sim nas da natalidade; não tira, põe gente no mundo. Está nos berços e não nos túmulos.”