O Ibovespa, principal índice da B3, a bolsa de valores de São Paulo, fechou em queda nesta quinta-feira (17). Este foi o 13º pregão consecutivo de perdas, a maior sequência da história do índice.
Desde 1968, quando o Ibovespa foi criado, nunca se registrou uma sequência tão longa de quedas. A maior até então tinha sido entre maio e junho de 1970, quando o índice caiu 12 vezes consecutivas.
Ao final do pregão desta quinta-feira (17), o Ibovespa havia recuado 0,53%, fechando em 114.982 pontos. Apesar das quedas, o índice acumula alta de 8,09% desde o início do ano. Veja:
O que explica a queda do Ibovespa?
Nesta quinta-feira, os investidores continuaram repercutindo a ata do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, divulgada no dia anterior. O documento explica a decisão tomada no final de julho de subir os juros
no país.
Na ata, o Fed explica que “a maioria dos participantes continuou a ver riscos significativos de alta para a inflação, o que pode exigir mais aperto da política monetária”, sinalizando novas altas nos juros em próximas reuniões.
Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, cita a “indigestão com a possibilidade de alta de juros” nos Estados Unidos como um dos principais aspectos que movimentou o mercado financeiro brasileiro. “A agenda vazia [no Brasil] deixa o mercado local exposto aos ventos externos”, explica o especialista.
Além disso, Nicolas também cita uma declaração do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, como um dos fatores que impactaram o mercado nesta quinta-feira. Em entrevista ao Poder 360, Campos Neto disse que vê “barra alta” para cortes na Selic acima de 0,50 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para setembro.
“A alta dos juros externos e a fala de Campos Neto, de que é alta a barra para um corte de juros mais agudo, levaram a dia altista para a curva de DI futuro”, afirma o economista.