O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, defendeu a delação premiada como um “importante instrumento” de investigação e de busca de provas.
“O foro de discussão e de debates é o parlamento brasileiro. Temos o maior respeito e apreço pelo nosso parlamento. E, também, há participação da PF nessa discussão. Já ressaltei a importância desse instrumento [delação premiada]. Tenho certeza de que nossos congressistas terão sabedoria suficiente para não tirar essa ferramenta não só de proteção das pessoas que desejam colaborar e com isso se beneficiar, mas também uma importante ferramenta de investigação que temos”, disse em entrevista ao Estúdio i, da Globonews.
O Congresso Nacional vai decidir o futuro sobre delações premiadas de presos. Os deputados aprovaram no dia 12 de junho a urgência da tramitação que proíbe a validação de delações feitas por presos e criminaliza a divulgação de seu conteúdo.
A urgência permite que o texto seja votado diretamente em plenário, sem passar pelas comissões temáticas da Casa.
O projeto de lei, que ganhou urgência na pauta por iniciativa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem sido alvo de críticas por parte de investigadores e juristas. Segundo eles, a proposta representa um retrocesso significativo, pois poderia comprometer investigações futuras ao limitar uma ferramenta crucial para a obtenção de provas em casos complexos de corrupção e crime organizado.
Ao g1, Lira disse ser favorável à ideia de limitar delações premiadas.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse estar preocupado com a proposta.
“Estamos diante de um ataque direto a um dos principais mecanismos de combate à corrupção em nosso país”, afirmou o ministro.