sexta-feira, 10 janeiro 2025
spot_imgspot_img
HomeEconomiaInflação acima da meta preocupa economistas; veja análise

Inflação acima da meta preocupa economistas; veja análise

Ahmed HASAN

Gasolina também puxou alta do índice

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, registrou alta de 0,52% em dezembro, acima da taxa de novembro (0,39%), embora tenha ficado abaixo da taxa observada no mesmo mês de 2023 (0,56%), ainda preocupa economistas quanto a tendência para o próximo ano.

Com o resultado no mês, o índice de inflação do Brasil fechou o ano com uma alta acumulada de 4,83%, um pouco acima do índice de 2023, que foi de 4,62%. Esse resultado ficou 0,33 ponto percentual acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

“Esse resultado reforça os desafios para o controle da inflação e pode influenciar a próxima reunião do Copom, onde a possibilidade de um aumento de até 1% na taxa Selic ganha força. Para o consumidor, isso significa pressão contínua nos preços de produtos essenciais, o que dificulta a recuperação do poder de compra. O governo também enfrenta obstáculos em seu plano de recuperação econômica, já que juros mais altos encarecem o crédito e limitam investimentos privados. Nesse cenário, a condução de uma política fiscal responsável será crucial para equilibrar o controle inflacionário com o estímulo ao crescimento econômico”, afirma Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.

As próximas reuniões do Copom estão programadas para definir a taxa Selic. A 268ª reunião ocorrerá nos dias 28 e 29 de janeiro de 2025. Em seguida, a próxima reunião (269ª) está marcada para os dias 18 e 19 de março de 2025. Por fim, a 270ª reunião será realizada nas datas de 6 e 7 de maio de 2025.

“Esse resultado coloca o Banco Central em uma posição sensível, com alta probabilidade de elevar a taxa de juros básicos em até 1% na próxima reunião do Copom, como indicam as estimativas do IEPS, com 70,5% de probabilidade. Além disso, eleva os custos de crédito, desacelerando a atividade econômica, dificultando o plano de recuperação do governo e adicionando novos desafios ao crescimento sustentável em 2025”, comenta Felipe Vasconcellos, Sócio da Equus Capital.

Principais fatores para alta do índice

Os principais fatores que contribuíram para a inflação em 2024 foram os aumentos nos preços dos alimentos, combustíveis e serviços essenciais. O grupo Alimentação e Bebidas, por exemplo, registrou uma alta de 7,69% no ano, responsável por 1,63 pontos percentuais da inflação total.

Também impactaram o índice de inflação o aumento de 6,09% nos preços do grupo Saúde e cuidados pessoais, que contribuiu com 0,81 p.p., e o aumento de 3,30% nos Transportes, que impactou o índice com 0,69 p.p. Juntos, esses três grupos foram responsáveis por cerca de 65% da inflação do ano.

Em dezembro, o que explica a alta do índice é a sazonalidade, com alta demanda da época de festas como Natal e Ano Novo.

“O IPCA de dezembro registrou alta de 0,52%, acima da meta de 4,5% do Banco Central, mas em linha com a expectativa do mercado (4,90%). O dado é semelhante ao de dezembro de 2023, quando o índice foi de 0,56%, refletindo o padrão sazonal de aumento de preços no final do ano, impulsionado pelo consumo típico das festas. Para o consumidor, a persistência da inflação em itens essenciais como alimentação e transporte agrava o custo de vida, corroendo o poder de compra e afetando principalmente as famílias de menor renda, que destinam uma maior proporção do orçamento a esses itens”, diz Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.

Entre os 377 subitens considerados no cálculo do IPCA, a gasolina teve o maior impacto individual sobre a inflação de 2024, com uma alta de 9,71% no ano, resultando em 0,48 p.p. no índice total. Em segundo lugar, o Plano de Saúde, que subiu 7,87%, contribuiu com 0,31 p.p. A Refeição fora do domicílio, com uma alta de 5,70%, teve um impacto de 0,20 p.p. no IPCA. Outro subitem que se destacou foi o Café moído, que teve um aumento expressivo de 39,60%, com impacto de 0,15 p.p.



Fonte: iG

VEJA TAMBÉM

COMENTE

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img
spot_img

POPULAR

COMENTÁRIOS