Desde o início da funcionalidade, foram feitas 1.370.635 consultas
O INSS( Instituto Nacional do Seguro Social) informou que 1.345.817 beneficiários contestaram, até as 17h desta sexta-feira (16), descontos realizados por entidades associativas em seus benefícios. Os dados referem-se ao terceiro dia de funcionamento da nova ferramenta de consulta disponível no aplicativo Meu INSS e na Central 135.
Desde o início da funcionalidade, foram feitas 1.370.635 consultas. Entre elas, 24.818 autorizaram as cobranças. As demais apontaram desconhecimento dos débitos e solicitaram reembolso dos valores.
A maioria das contestações (92,4%) foi registrada pelo aplicativo Meu INSS, somando 1.266.516 acessos. As demais 104.119 foram feitas por meio da Central 135.
A ferramenta foi disponibilizada após a deflagração de investigações da Polícia Federal que identificaram descontos não autorizados realizados por associações em aposentadorias e pensões.
De acordo com o governo federal, os valores desviados entre 2019 e 2024 ultrapassam R$ 6 bilhões. O levantamento do INSS aponta que os reembolsos estão relacionados a 41 entidades associativas.
Além das contestações, o instituto informou que, até esta sexta-feira, o aplicativo Meu INSS acumulou 34.960.465 acessos.
A funcionalidade específica de consulta de descontos foi acessada 5.997.999 vezes. Entre os usuários que utilizaram esse serviço, 2.836.350 não tinham nenhum desconto identificado em seus benefícios.
A disponibilização da consulta integra um conjunto de medidas adotadas pelo governo para aumentar o controle sobre os repasses em folha.
Entre as ações estão a suspensão de novos descontos vinculados a empréstimos consignados e a exigência de biometria facial para liberação de crédito.
Investigação
A CGU (Controladoria-Geral da União) participa da apuração. As investigações apontam fragilidades nos Acordos de Cooperação Técnica firmados entre o INSS e 31 entidades associativas, que permitiram a realização dos descontos sem validação documental adequada.
Também foram identificadas dificuldades enfrentadas pelos beneficiários para identificar ou interromper as cobranças.
O Ministério da Previdência informou que novas medidas estão em estudo para recuperar os valores indevidamente cobrados e aprimorar os mecanismos de fiscalização dos acordos firmados com o INSS.