terça-feira, 17 dezembro 2024
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James Webb registra o menor asteroide já observado no cinturão principal

Da Redação Avance News

Ao analisar dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST), da NASA, astrônomos detectaram dezenas de pequenos asteroides no cinturão principal, entre Marte e Júpiter. Entre eles, o menor já visto na região, com apenas 10 metros de diâmetro

Publicada este mês na revista Nature, a descoberta marca um avanço significativo na busca por esses objetos, considerados mais perigosos para a Terra do que os grandes asteroides.

Em resumo:

  • Astrônomos usando o Telescópio James Webb identificaram 138 asteroides no cinturão principal, que fica entre Marte e Júpiter;
  • Entre os asteroides observados está o menor já registrado, com apenas 10 metros de diâmetro;
  • Pequenos asteroides representam riscos reais à Terra, pois podem causar grandes destruições, como em Tunguska (1908) e Chelyabinsk (2013);
  • A equipe aplicou uma técnica inovadora, empilhando imagens do céu, para identificar asteroides que surgem como pontos em movimento;
  • Essa descoberta permite rastrear esses objetos com antecedência e melhorar a preparação contra possíveis colisões com a Terra.
Os astrônomos agora podem detectar asteroides no cinturão principal com até 10 metros de diâmetro aplicando uma nova técnica sobre os ddos do JWST. Crédito: Ella Maru/Julien de Wit

Asteroides menores são mais perigosos que os grandes

Embora a ideia de asteroides gigantes seja assustadora, os menores, com algumas dezenas de metros de largura, representam riscos mais reais. Ao colidirem com o planeta, essas rochas podem devastar cidades inteiras, como ocorreu no evento de Tunguska, na Sibéria, em 1908, ou no caso do meteoro de Chelyabinsk, na Rússia, em 2013. 

Esses pequenos objetos são mais comuns e têm maior chance de ser empurrados para fora do cinturão principal, migrando em direção à Terra. Por serem muito pequenos e difíceis de observar, costumam passar despercebidos até que estejam muito próximos.

Até agora, os astrônomos só conseguiam detectar asteroides deste tamanho quando estavam perto da Terra. No cinturão principal, localizado a 180 milhões de km, os menores rastreados tinham cerca de um quilômetro de largura. 

Isso mudou com a equipe liderada por Artem Burdanov, cientista planetário do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), responsável por encontrar o asteroide de apenas 10 metros de diâmetro nos dados do JWST.

Parte da devastação causada pelo Evento de Tunguska em 1908. Crédito: Academia Soviética de Ciência

Leia mais:

Imagens captadas pelo James Webb foram empilhadas para análise

Webb foi originalmente projetado para estudar exoplanetas ao redor da estrela TRAPPIST-1, localizada a 40 anos-luz do Sistema Solar. Para obter imagens precisas de planetas tão distantes, os cientistas precisam eliminar interferências, como poeira cósmica e asteroides, que surgem como “ruído” nos registros.

Assim, a equipe aplicou uma técnica inovadora, ao empilhar várias imagens do mesmo pedaço do céu. Enquanto objetos distantes, como a estrela TRAPPIST-1, permanecem imóveis, os asteroides – mais próximos – aparecem como pontos fracos em movimento. Ao analisar mais de 10 mil imagens, os astrônomos identificaram 138 novos asteroides, com tamanhos variando entre 10 e algumas centenas de metros.

Julien de Wit, coautor do estudo, explicou em um comunicado que a descoberta sugere uma abundante população de pequenos asteroides formados por colisões que fragmentam corpos maiores no cinturão principal. Burdanov destacou que detectá-los precocemente, ainda em suas trajetórias no cinturão, permite rastreamento mais preciso e maior preparação para possíveis ameaças.

Essa pesquisa mostra como a análise cuidadosa de dados pode revelar informações valiosas além dos objetivos originais. “Às vezes, grandes recompensas surgem quando olhamos os dados de maneira diferente”, disse Burdanov.



Fonte: Olhar Digital

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